Trama golpista: STF ouve ex-diretor da PRF que ordenou bloqueio em rodovias nas eleições de 2022


Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações, foi escolhido por Anderson Torres como testemunha de defesa. Processo apura tentativa de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro. A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a ouvir nesta terça-feira (27) as testemunhas de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres na ação penal que apura uma tentativa de golpe articulada pela cúpula da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na manhã desta terça, um dos ouvidos será o ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Djairlon Henrique Moura.
Segundo um servidor do órgão, partiu dele a ordem para bloquear para que a inteligência do órgão atuasse para reforçar abordagens de ônibus e vans durante as eleições de 2022.
Ex-ministro Anderson Torres em depoimento à CPI dos Atos Golpistas
WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A orientação da chefia era que a PRF deveria “tomar um lado”, por determinação do diretor-geral.
Nesta semana, estão previstos os depoimentos de 25 testemunhas indicadas por Torres. Na manhã desta terça serão ouvidos:
Braulio do Carmo Vieira, delegado da Polícia Federal (PF);
Luís Flávio Zampronha, delegado da Polícia Federal (PF);
Alberto Machado, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);
George Estefani de Souza, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);
Djairlon Henrique Moura, delegado e ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
Caio Rodrigo Pellim, delegado da Polícia Federal (PF); e
Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Na segunda (26), foram ouvidas as testemunhas de defesa do ex-ministro Augusto Heleno – veja no vídeo:
Oito testemunhas de defesa indicadas por Augusto Heleno prestam depoimento na Primeira Turma do STF
Denúncia da PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao STF uma denúncia, em 26 de março, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
De acordo com a PGR, a organização tinha como líderes o então presidente da República Jair Bolsonaro e seu então candidato a vice-presidente, Braga Netto.
Segundo a denúncia, aliados a outras pessoas, entre civis e militares, eles tentaram impedir de forma coordenada que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido. Os acusados foram divididos em núcleos pela PGR.
STF começa a ouvir testemunhas de acusação e de defesa em julgamento do golpe
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