
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira (22) da cerimônia de renovação do patrocínio da Caixa Econômica Federal ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em São Paulo. O novo contrato, no valor de R$ 160 milhões, cobrirá o ciclo olímpico até as Paralimpíadas de Los Angeles em 2028. A assinatura contou com a presença de autoridades, atletas campeões e o ministro do Esporte, André Fufuca.
“Estamos aqui para escrever mais um capítulo dessa história que já dura 20 anos”, declarou o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira. A nova fase da parceria entre a Caixa e o CPB prevê investimentos da ordem de R$ 500 milhões até 2028, somados os recursos já investidos. Trata-se do maior patrocínio da história do esporte paralímpico brasileiro, que contemplará atletas, equipes técnicas e ações de base à elite esportiva. “A Caixa acredita no poder do esporte para transformar vidas”, disse Vieira, destacando que 250 das 399 medalhas conquistadas desde o início do apoio vieram após o início do patrocínio.
Investimento recorde e expansão do esporte paralímpico
O acordo amplia de 13 para 18 o número de modalidades apoiadas, incluindo esportes como basquete em cadeira de rodas, golbol e badminton. Mais de 120 atletas com deficiência receberão patrocínio individual, além de programas como Educação Paralímpica e Atleta Cidadão. Carlos Vieira, presidente da Caixa, destacou que a parceria, que dura 30 anos, já contribuiu para 250 das 399 medalhas brasileiras em Paralimpíadas.
O Brasil encerrou sua participação nos Jogos de Paris 2024 na quinta colocação no quadro geral de medalhas paralímpicas, com 89 medalhas — 25 delas de ouro. “Por duas medalhas não fomos a terceira potência mundial”, celebrou o presidente do CPB, José Antônio Freire. O resultado confirma uma curva ascendente: em 2016, no Rio, o país ficou em 8º lugar; em Tóquio 2021, em 7º.
O investimento contempla iniciativas como o Circuito Loterias Caixa, o Open Loterias Caixa, as Paralimpíadas Escolares e Universitárias, e o Meeting Paralímpico. O patrocínio também alcança programas como a Educação Paralímpica e o Atleta Cidadão, que buscam desenvolver talentos desde a base e fomentar uma cultura de inclusão e respeito à diversidade no esporte.
Lula: “Esporte paralímpico é exemplo de superação”
Em discurso, o presidente Lula enfatizou o papel transformador do esporte na inclusão social. “Esses atletas mostram que nada é impossível quando há oportunidade. O Estado precisa cuidar de todos, da base ao topo”, afirmou, lembrando a criação do Bolsa Atleta em 2004. Lula também anunciou planos para uma Universidade do Esporte , visando formar profissionais especializados.
O presidente reforçou o compromisso de seu governo com a valorização da pessoa com deficiência: “Cuidar de gente não é gasto. É investimento. Investir em quem sempre foi deixado de lado é um ato de justiça social”, afirmou.
Atletas celebram apoio e miram pódios internacionais
A campeã paralímpica Ana Carolina Moura (taekwondo) e o nadador Gabrielzinho, referência do Brasil, agradeceram o investimento. “O patrocínio da Caixa nos permite sonhar alto. Em Paris 2024, conquistamos 25 ouros, e em 2028 queremos mais”, disse Gabrielzinho. A dupla entregou ao presidente o uniforme oficial do CPB e uma placa simbolizando o maior patrocínio público da história do esporte paralímpico nacional.
“Nós nascemos para cantar gigante pela própria natureza no mais alto lugar do pódio”, afirmou Ana Carolina, defendendo que governos estaduais e empresas privadas sigam o exemplo do patrocínio público.
O ministro do Esporte, André Fufuca, projetou o futuro do Brasil no cenário mundial. “Hoje somos a quinta potência, mas, com esse investimento, em 20 anos estaremos no topo”, declarou. Ele destacou o crescimento dos centros de referência, que passaram de 10 para 76 desde 2018, beneficiando quase 10 mil jovens.
Legado do Centro Paralímpico: da Febem à referência global
O vice-presidente Geraldo Alckmin relembrou a origem do Centro Paralímpico, construído em um terreno cedido pelo governo estadual em 2014. Antes ocupado pela FEBEM Imigrantes, o local tornou-se um dos três maiores centros paralímpicos do mundo . “Essa parceria entre União e estados é exemplo de política pública eficaz”, afirmou.
O espaço de 95 mil m² foi viabilizado por meio de uma parceria entre o governo de São Paulo e o governo federal, com recursos alocados ainda durante a gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff.
Desafios futuros: inclusão e formação de novos talentos
Apesar do avanço, o CPB enfrenta o desafio de ampliar o acesso à base do esporte. O ministro Fufuca defendeu a inclusão de técnicos no Bolsa Atleta, enquanto Lula cobrou mais escolas de tempo integral para integrar educação e prática esportiva.
O evento marcou não apenas a renovação de um contrato. Foi uma celebração de políticas públicas bem-sucedidas e de um projeto de país em que o esporte é ferramenta de cidadania. Como disse Lula, “o esporte paralímpico não molda apenas campeões, mas constrói um Brasil mais humano”.
Fufuca reforçou que o crescimento do Brasil no esporte paralímpico é resultado de decisões políticas tomadas desde 2004, como a criação do programa Bolsa Atleta por Lula. “A partir do ano que vem, vamos reajustar novamente o Bolsa Atleta e o Bolsa Pódio”, garantiu.
O evento encerrou com a exibição de um vídeo institucional da Presidência, destacando o papel do esporte na superação de limites e na redução das desigualdades sociais. Autoridades e atletas seguiram para visitas técnicas ao Centro Paralímpico, que abriga estrutura de ponta para treinos e reabilitação.
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