Ex-comandante do Exército Júlio César de Arruda nega que se recusou a prender golpistas do 8 de janeiro

O ex-comandante do Exército, Júlio César de Arruda, fugiu de perguntas ao prestar depoimento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Arruda negou ter recusado a prender golpistas que destruíram as sedes do palácio do Planalto, do Congresso e do STF no dia 8 de janeiro de 2023.

“Não neguei. Quando começou a acontecer aquilo tudo, fui ao QG coordenar as ações e acompanhar os acontecimentos. E de noite, quando parte dos manifestantes estavam voltando o general Dutra [General Gustavo Henrique Dutra de Menezes, antigo comandante militar do Planalto] me ligou e disse que a polícia iria prender todo mundo. Eu falei que teria que ser coordenado. Chamei o interventor ao QG e tivemos uma conversa para acertar”, disse.

Arruda é testemunha de defesa do ex-ajudante de ordens e delator Mauro Cid. Ele não deu respostas claras a questionamentos que pudessem comprometê-lo na trama golpista. Em certos questionamentos do ministro Alexandre de Moraes, Arruda afirmou que “não se lembrava”.

De acordo com a Polícia Federal (PF), no dia 2 de janeiro de 2023 Mauro Cid encaminhou ao general Estevam Theophilo, também réu por tentativa de golpe, uma notícia jornalística com a informação de que poderia ser preso nas primeiras semanas do ano. O militar respondeu “Fique tranquilo Cid. Vou conversar com o Arruda hoje. Nada lhe acontecerá”.

Moraes também questionou o ex-comandante sobre a resistência militar em impedir que a polícia adentrasse na região do QG do Exército, em Brasília, para prender em flagrante centenas de vândalos que, horas antes, haviam destruído as sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.

O general Arruda comandou o Exército por apenas duas semanas e acabou demitido pelo presidente Lula no final de janeiro de 2023. Entre alguns pontos, ele se recusou a cumprir uma ordem de Lula e barrar a efetivação de Mauro Cid como chefe do 1º Batalhão de Ações e Comandos, sediado em Goiânia.

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