Goiás se consolidou, novamente, como maior produtor de girassol do Brasil, sendo responsável por cerca de 70% da produção nacional do grão. Os dados foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na safra 2024/2025, a expectativa de produção é de 71 mil toneladas, aumento de 58,8% em relação ao ciclo 2023/2024, que foi de 44,7 mil toneladas.
De acordo com o governo, o desempenho é resultado de uma combinação de fatores naturais, uso de tecnologia e o trabalho da defesa sanitária, conduzido pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).
O girassol é cultivado em sucessão à cultura da soja, no período de safrinha. Porém, não existem herbicidas seletivos para a cultura do girassol, registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Isso torna as plantas voluntárias de soja um problema fitossanitário, já que a presença de plantas vivas de soja nas lavouras de girassol mantém o inóculo do fungo Phakopsora pachyrhizi, agente causal da ferrugem asiática, ativo.
De acordo com o gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Leonardo Macedo, a cultura do girassol tem ganhado espaço no calendário agrícola goiano como uma alternativa viável entre as safras de verão e de inverno. Ele afirma que para garantir a sanidade das lavouras e evitar riscos à produção de soja, a atuação do órgão é essencial. “A Agência estabelece e fiscaliza um calendário de semeadura específico para o girassol, que define os períodos adequados de plantio e de colheita e orienta a eliminação de plantas voluntárias de soja que podem servir de hospedeiras para pragas, como a ferrugem asiática”.
Leonardo afirma, também, que o cultivo de girassol em Goiás exige o cadastro obrigatório das lavouras no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). A medida tem como objetivo o monitoramento de áreas plantadas, acompanhamento de possíveis focos de plantas voluntárias de soja e implementação de ações rápidas de controle, contribuindo para manutenção do controle da ferrugem asiática no Estado.
“O sucesso de Goiás na produção de girassol não seria possível sem as medidas fitossanitárias visando um bom manejo de plantas daninhas. As ações da Agrodefesa dão segurança ao produtor e garantem a integridade da cadeia produtiva”, explica o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
“As medidas legislativas estabelecidas pela Agrodefesa viabilizam o cultivo do girassol no Estado, sem comprometer o manejo fitossanitário na cultura da soja, visto que as plantas voluntárias são hospedeiras da ferrugem asiática. Com ações integradas entre fiscalização, orientação técnica e uso de tecnologia, a Agrodefesa reafirma seu papel estratégico no desenvolvimento sustentável do agronegócio em Goiás, contribuindo diretamente para que o Estado siga na liderança da produção de girassol no Brasil”, completa.
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