O comércio sempre teve importância fundamental no desenvolvimento e crescimento do Recife. Nossa origem mascate deixa isso claro. Da evolução de tempos antigos, com o estabelecimento de lojas físicas, galerias, centros comerciais e shoppings, o setor contribuiu para tornar a capital pernambucana um grande polo fornecedor de mercadorias, matérias-primas e serviços. Não só para moradores, empresas e empreendedores da Região Metropolitana do Recife, mas também para cidades do interior e até de estados vizinhos.
São mais de 8 mil lojas, de diversos segmentos, gerando negócios e empregos na cidade. Entre os setores estão vestuário, calçados, bijuterias, moda, beleza, móveis e decoração, aviamentos, artigos para festa e eventos, itens para alimentação, embalagens, eletrônicos e eletroportáteis, construção e brinquedos.
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“O crescimento do varejo colaborou e colabora com a expansão e desenvolvimento da cidade”, resume o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife), Fred Leal, que atualmente também preside o Sindicato do Comércio Lojista do Comércio Bens e Serviços do Recife (Sindilojas Recife).
Ele destaca a relevância do segmento que gera muitos empregos, possui uma robusta arrecadação de tributos e movimenta também a cadeia produtiva da indústria e de serviços, abastece famílias, empresas e ainda empreendedores que geram renda com produtos e serviços.
História marcada por apoio aos lojistas
A CDL Recife é uma das mais antigas associações de classe do país. Foi criada no dia 04 de junho de 1960, no Salão Azul do Grande Hotel, localizado no bairro de Santo Antônio, na época. E sempre manteve a missão de entender os interesses dos lojistas, contribuindo com ideias e soluções para o desenvolvimento do setor e realizando interlocução com outras instituições, setores e com o poder público, apoiando ações e obras, principalmente de revitalização do centro e tradicional comércio de rua.
Parceria com gestão pública
“Ao longo dos anos, ajudamos a promover revitalizações em importantes corredores de comércio no Centro do Recife, como Rua Duque de Caxias, Nova e Imperatriz, e estamos sempre atentos às demandas públicas que impactam a operação nas lojas, como limpeza urbana, iluminação pública, segurança e mobilidade das pessoas”, lembra Fred Leal.
Atualmente, o principal canal de acesso ao município tem sido por meio do Recentro – Gabinete do Centro, da Prefeitura do Recife – que tem como objetivo revitalizar a área central com atração de investimentos, incentivo à moradia, preservação do patrimônio histórico e cultural, estímulo ao turismo e outros projetos. “Pela importância que o Centro tem para a cidade, um pleito antigo nosso que foi atendido, após dez anos, foi haver alguém que olhasse para essa região da cidade. E a atual gestão municipal entendeu essa necessidade e criou o Recentro”, pontuou Fred.
A CDL Recife conta ainda com parceria permanente com a Polícia Militar para reforçar a segurança no Centro. “Estamos sempre articulando com as principais instituições públicas e privadas para promover ações que melhorem o Centro”, reforçou o diretor institucional da CDL Recife, Paulo Monteiro.
Essa movimentação em conjunto, do poder público com a iniciativa privada, tende a impactar não só no comércio, mas também na melhoria da estrutura para a população e turistas.
Atuação em várias frentes
Para planejar, articular e buscar ações coletivas que tragam soluções e movimentem o setor, a CDL Recife – que está completando 65 anos – atua em várias frentes.
Uma delas é a realização de campanhas sazonais ao longo do ano para incentivar as vendas do setor e atrair o público, principalmente ao Centro. Um exemplo é o Liquida Grande Recife, a maior campanha do setor no estado envolvendo mais de oito mil estabelecimentos, incluindo lojas do Centro, de bairros e de 11 shopping centers da Região Metropolitana. Também envolve a sintonia com outras entidades ligadas ao comércio de Pernambuco e de outros estados para promover o intercâmbio de boas práticas.
Outro foco é o apoio direto ao lojista e segmentos com orientação jurídica, financeira e administrativa e iniciativas que possam atender necessidades coletivas, ajudar a vender mais, reduzir a inadimplência e evitar fraudes, com os serviços do SPC Brasil, o maior banco de dados da América Latina. A CDL Recife foi uma das primeiras que surgiram no Brasil e que também criou um sistema centralizado, unificando os dados de Pernambuco para migrar ao processamento central do SPC Brasil. Antes desse sistema informatizado, para saber informações sobre o consumidor e se era bom pagador, uma empresa ligava para outra. E aí surgiram as fichas de consulta no papel. Não havia ainda um banco de dados nacional. Hoje, é regulamentado pelo Banco Central e realiza mais de 400 milhões de consultas no país por ano.
Acompanhando a evolução do varejo e serviços
Nesses 65 anos, foi preciso acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor que passou a aderir a novas formas de comprar e possuir novos hábitos de compra, principalmente após a pandemia do Covid-19. “Foi preciso seguir as tendências e, além das vendas físicas, os estabelecimentos começaram a criar seus canais virtuais. O comércio do Recife ganhou novo cenário e precisou se adaptando às necessidades dos clientes e às inovações”, observou o presidente CDL Recife, Fred Leal, também do Sindilojas Recife.
Para ajudar os lojistas nessa mudança e trazer as inovações do setor, a CDL Recife investiu em eventos, como o Pós NRF 2025, replicando as ideias trazidas no NRF Big Show 2025, considerado o maior evento do varejo mundial, que acontece anualmente em Nova York, nos EUA.
Olhando para o Centro
“Aquele comércio tradicional de décadas atrás não volta mais. Nós, lojistas, precisamos pensar qual é a vocação atual do Centro, para onde deve ir e como atuar? São vários desafios. Sabemos que é um processo longo e complexo, mas haverá resultados”, ressaltou Fred Leal. Na opinião do representante do comércio é preciso pensar além e ver o estabelecimento também como um ponto de experiência.
Outra sugestão para o Centro é ocupá-lo com moradia e repartições públicas ou escritórios. Essa movimentação permanente de pessoas trata renovação e impactos favoráveis aos negócios do comércio. “Estamos sempre pensando em alternativas, debatendo e envolvendo o poder público e privado, olhando para frente e ajudando a fortalecer esse setor que é um dos pilares da nossa cidade”, diz Fred Leal.
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