Documentário goiano revela o cotidiano das abelhas e mostra até como é o nascimento de um “bebê” da espécie

O curta-metragem documental goiano ‘Resgate Abelha’ será lançado nesta quinta-feira, 22, no Cine Cultura, em Goiânia. A sessão é gratuita e a retirada de ingressos pode ser realizada com até uma hora de antecedência, com possibilidade de lotação, que acomoda até 74 pessoas.

O documentário aborda o trabalho de apicultores dedicados à preservação, à polinização e ao resgate de enxames em áreas urbanas. O filme mostra detalhes do cotidiano dos animais na produção de mel e em sua existência, de forma geral. Entre as cenas mais curiosas está o nascimento de um “bebê abelha”.

Nas imagens captadas, as colmeias são mostradas de perto e com detalhes do funcionamento de um enxame: os ovos, as larvas, as operárias. A obra é dirigida pelos cineastas goianos Kaco Olímpio e Luciano Evangelista e foi motivada pela vontade de contar a história dos trabalhadores desta área, bem como da importância das abelhas para o meio ambiente e para a vida na Terra.

Ao Jornal Opção, o co-diretor Kaco Olímpio, idealizador do filme, explicou que a ideia do documentário surgiu durante a pandemia. “Tive um hiperfoco em abelhas e encontrei matérias sobre pessoas que faziam resgates de abelhas por conta do impacto ambiental, o que as fazia fugir da cidade. As imagens eram impressionantes e pensei que poderia ser uma boa ideia fazer um documentário sobre o tema”, explicou.

“Entendi que seria incrível apresentar o trabalho das pessoas que estão na função de manter enxames vivos e a importância das abelhas para o meio ambiente”, afirmou.

Foto: Divulgação

Já o co-diretor Luciano Evangelista explicou detalhes da gravação do filme. “Como é um trabalho arriscado, o apicultor sobe em prédios e locais de difícil acesso, muitas vezes encontramos algumas dificuldade técnicas para acessar esses locais. Fora o risco para nossa equipe, como o uso de vestimentas e fumaça, já que essa fumaça acalma as abelhas. Mas foi uma dificuldade normal por conta do tema a ser tratado”, disse.

“Nosso interesse é que o documentário seja instigante e que traga esse frescor que foi nosso primeiro contato com as abelhas. Durante a produção entendemos muitas coisas importantes sobre esse trabalho que resgata animais silvestre e, querendo ou não, vai na contra mão de como o mundo tá rodando. É um trabalho lúdico e mostra o aspecto da empreitada que é física e arriscada, mas também é sonhadora ao mostrar que o mundo pode melhorar um pouco a partir do cuidado com espécies ameaçadas”, disse.

População de abelhas

Estudo publicado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) de 2019 aponta que, nos anos anteriores, algumas regiões relataram uma redução de até 30% nas populações de abelhas. As principais causas dessa queda incluem o uso excessivo de pesticidas, a destruição de habitats naturais, as mudanças climáticas e a disseminação de doenças. A continuidade desse declínio pode comprometer a segurança alimentar e a biodiversidade do planeta.

É o que explica uma das personagens do documentário. Gisana Cristina é doutoranda em qualidade do mel, especialista na preservação de abelhas e técnica na escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG). “As abelhas fazem o processo de polinização, que é a reprodução das plantas. Sem as plantas, não temos os frutos, sem eles não temos os animais que se alimentam dos frutos. Sem os animais, não temos os animais que se alimentam desses animais.”

Ela ressalta que esses insetos são responsáveis pelo processo de grande biodiversidade no planeta e, sem elas, a cadeia alimentar fica completamente comprometida. “A biodiversidade é a quantidade diferente de vidas existentes na Terra. Sem as abelhas, tem-se uma quebra na cadeia alimentar que pode causar um caos no mundo. A consequência é que deixaríamos de ter alimentos, não só para animais, mas para humanos também”, alerta.

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