Agentes cumpriram mandados no Alfredo Jaconi, estádio do Juventude. Foto: Divulgação/MPRS
Um dos mandados de busca aconteceu no próprio estádio Alfredo Jaconi, no armário de uso pessoal do jogador, segundo os responsáveis pela investigação. Em nota, a direção do Juventude informou que também forneceu acesso ao centro de treinamento. “Reiteramos nosso compromisso com a integridade e a transparência, e continuamos à disposição das autoridades para colaborar com o que for necessário”, registrou o Juventude. “O clube seguirá atento aos desdobramentos desta ação e tem total interesse em acompanhar o completo esclarecimento dos fatos.”Os investigadores tiveram deferidas ordens judiciais para localizar documentos, mídias e até telefones celulares dos suspeitos. “Com este material, o MPRS pretende identificar outros suspeitos envolvidos. A investigação continua”, informou o Gaeco.De acordo com os investigadores, os crimes apurados investigados são os de organização criminosa, artigo 198 da Lei Geral de Esporte e, ainda, eventual estelionato associado. O artigo 198 trata de “solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsificar o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado”. A pena é de dois a seis anos de prisão, além de multa.Iniciativa CBFO Gaeco revelou após cumprir os mandados de busca que a investigação teve início após pedido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que já estaria suspeitando de um suposto caso de manipulação de resultados envolvendo o jogador. A operação, portanto, visa buscar provas que confirmem a suspeita inicial. Trata-se da segunda vez que o atacante do Juventude é colocado sob suspeita de manipulação de resultados – ele já negou qualquer relação com esquemas de apostas. Ênio teve seu nome envolvido em suposto caso de apostas logo na primeira rodada do Brasileirão, quando bets apontaram movimentação incomum para apostas ligadas a um cartão amarelo do jogador, que realmente aconteceu, por reclamação contra a arbitragem. O atacante foi afastado temporariamente pelo clube gaúcho e foi desfalque na partida contra o Botafogo. No entanto, foi reintegrado ao time no dia 8 de abril. No fim de semana, ele não entrou em campo na partida contra o Fluminense, em Caxias do Sul.Nome da operação faz referência a escândalo italianoA investigação, conduzida pelos promotores Rodolfo Grezzana e Manoel Figueiredo Antunes, recebeu o nome de “Operação Totonero”, em referência ao escândalo de manipulação de resultados ocorrido na Itália em 1980. O episódio foi batizado de “Totonero 1980” e envolveu clubes de peso, como Milan, Lazio e Napoli, entre outros.A operação contou ainda com a participação do coordenador do GAECO no Estado, promotor de Justiça André Dal Molin, e da promotora de Justiça Cristina Schmitt. Os mandados foram cumpridos com apoio da Brigada Militar