Detran-GO já afastou mais de 100 servidores suspeitos de corrupção

Mais de 100 servidores do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) já foram afastados por suspeitas de condutas irregulares desde o início da atual gestão. A informação foi divulgada após a Polícia Civil deflagrar a Operação Price Position, nesta quinta-feira, 15, que apura uma tentativa de venda de cargo comissionado no órgão por R$ 900 mil.

A investigação é conduzida pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) e aponta que o esquema teria ocorrido em 2022, durante a administração anterior. Um advogado estaria cobrando pela nomeação, mas, segundo o Detran, a nomeação nunca chegou a ser efetivada. O órgão afirma que nomes de servidores teriam sido usados indevidamente por terceiros sem qualquer vínculo com a instituição.

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), por meio do Sistema de Defesa das Prerrogativas (SDP), informa que não foi comunicada oficialmente, até o momento, sobre eventual envolvimento de advogado.

Em nota oficial, o Detran-GO destacou que a atual gestão tem adotado uma política rigorosa contra práticas ilícitas, o que resultou no afastamento de mais de uma centena de servidores e na desarticulação de quadrilhas internas, muitas vezes antes mesmo da atuação da polícia.

Veja a nota na íntegra

O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) esclarece que investigação diz respeito a uma suposta negociação de cargo ocorrida em 2022, gestão anterior à atual. Diante disso, o Detran-GO esclarece que a atual administração se exime de qualquer responsabilidade sobre os fatos apurados, cabendo eventuais esclarecimentos à presidência da época.

Importante ressaltar que, conforme já reconhecido pela Polícia Civil, a nomeação mencionada na investigação nunca se concretizou, e os nomes de agentes públicos foram utilizados de forma indevida, com indícios de tentativa de engodo por parte de terceiros que não possuem vínculo com o órgão.

A atual gestão do Detran-GO tem atuado com tolerância zero à corrupção. Desde seu início, mais de 100 servidores foram afastados por condutas irregulares, e diversas quadrilhas foram desarticuladas internamente, antes mesmo da atuação da polícia. Todos os casos são devidamente comunicados à Polícia Civil e ao Ministério Público do Estado de Goiás.

O Detran-GO reforça seu compromisso com a transparência, integridade e legalidade na administração pública.

Na ocasião foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados nas cidades de Aparecida de Goiânia e Brasília (DF).

Segundo a corporação, as investigações começaram após a obtenção de uma conversa por aplicativo de mensagens, datada de maio de 2022, entre um advogado e um empresário. O diálogo aponta que o advogado teria cobrado R$ 900 mil para intermediar a nomeação de um indicado pelo empresário para um cargo na Gerência de Tecnologia da Informação do Detran-GO.

Apesar da promessa, a nomeação nunca ocorreu. A Polícia Civil afirma que o advogado usou indevidamente o nome de agentes públicos para simular influência no processo de escolha, com o objetivo de obter vantagem financeira. A prática caracteriza, segundo a corporação, um esquema de tráfico de influência.

Com base nos indícios reunidos, a Justiça autorizou as buscas, além do afastamento dos sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático dos investigados. Eles poderão responder pelo crime de tráfico de influência, cuja pena pode chegar a cinco anos de prisão, além de multa.

A reportagem procurou a OAB para obter mais informações sobre o advogado em questão, mas a entidade afirmou que não fornece dados de profissionais supostamente envolvidos em operações.

Veja a nota na íntegra

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), por meio do Sistema de Defesa das Prerrogativas (SDP), informa que não foi comunicada oficialmente, até o momento, sobre eventual envolvimento de advogado regularmente inscrito na operação “Price Position”.

A Seccional esclarece que acompanha todas as situações que chegam ao seu conhecimento, tomando as medidas cabíveis para defender a dignidade da advocacia, sempre respeitando o amplo direito de defesa e o contraditório. Esse acompanhamento visa resguardar as prerrogativas profissionais e, ao mesmo tempo, fiscalizar o cumprimento dos preceitos éticos da advocacia.

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