A novela do Tribunal de Contas dos Municípios continua, com novos capítulos próximos do pugilato. Apesar dos salamaleques (risos que parecem mordidas e abraços que parecem unhadas) de praxe entre políticos, os deputados Veter Martins (União Brasil) — que tem uma filha que trabalha no TCM (o que nada tem de ilegal) — e Talles Barreto (União Brasil) quase foram às vias de fato.

Deputados dizem que, para extinguir o TCM, basta uma emenda aprovada na Assembleia Legislativa. Ou seja, não precisa da anuência do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).
Entretanto, conselheiros do TCM têm dito, nos bastidores, que não vão aceitar nenhuma “chantagem”. Ou seja, ninguém vai se aposentar a toque de caixa, à força.
Por sinal, a extinção do TCM não significa que conselheiros e funcionários vão perder os cargos. Eles iriam para o TCE.
Valcenor Braz, de 72 anos, receia se aposentar, seguindo regras criadas agora, e depois ser questionado pelo Ministério Público. Na dúvida, pensa em sair, na compulsória, quando completar 75 anos.

Há quem postule que está faltando interlocutores mais “abertos” entre conselheiros e políticos. O interlocutor adequado, de acordo com dois conselheiros, é o governador Ronaldo Caiado. De acordo com uma fonte, o gestor estadual tem apreço tanto pelo presidente do TCM, Joaquim de Castro, quanto por Valcenor Braz. Já teria conversado com os dois.
De acordo com um deputado estadual, seus colegas não estão preocupados com a briga do deputado Talles Barreto, que e’xige” a vaga de Valcenor Braz, com os conselheiros do TCM. “Nós temos coisas mais relevantes para discutir. Os interesses pessoais não podem se sobrepor aos públicos”, diz.
O parlamentar sugere que Talles Barreto abra mão da vaga. “Por que o governador não pode sugerir o nome do próximo conselheiro? Só por que Talles não quer?”, inquire o deputado. “Quando à história de acabar com o TCM me inclua fora dessa.”

Lincoln Tejota pode ir para o TCE?
No Tribunal de Contas do Estado, de acordo com um parlamentar, a história está complicada. “Ouvi dizer que Sebastião Tejota só se aposentará se sua vaga for ocupada por seu filho, Lincoln Tejota”, sublinha o deputado.
“Mas, quem sabe, uma boa conversa, dessas desarmadas, não mude o quadro. Lincoln poderia ir para o TCM, o que abriria espaço para uma indicação do governador Ronaldo Caiado no TCE.”
Assembleia e TCM estão, neste momento, radicalizados. O que não levará a nada. Quanto mais deputados — e são poucos — falam em extinguir o TCM, mais os conselheiros radicalizam e se recusam a se aposentar.
“Valcenor é um homem fino e decente. Uma conversa republicana — resguardados os seus direitos, de maneira inteiramente legalista — poderá levá-lo a se aposentar”, afirma uma terceira fonte. “Mas uma coisa é certa: é preciso respeitar o TCM. Porque os homens — os conselheiros — saem, aposentam-se, e a instituição continua. Frise-se que o TCM de Goiás é considerado um dos melhores do país.” (E.F.B.)
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