PT no Senado pode apoiar CPMI do INSS, mas quer evitar palanque eleitoral

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), “reiterou o compromisso da bancada” com a instalação da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito sobre os desvios ilegais das aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social, a CPMI do INSS.

Contudo, o senador condiciona o apoio ao compromisso do colegiado com um objetivo central, que é responsabilizar os verdadeiros culpados.

“Quero reafirmar, como líder do PT, que nosso partido vai defender a participação na CPI — mas não para fazer disputa política ou palanque eleitoral. Queremos investigar, apontar os responsáveis e colocar na cadeia aqueles que roubaram os aposentados e pensionistas do INSS”, afirmou.

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“Foi neste governo que os dados vieram à tona, graças ao respeito à Lei de Acesso à Informação e à transparência pública. Por isso, queremos uma CPI que não sirva como instrumento de ataque político, mas sim como ferramenta para restabelecer os direitos dos aposentados e punir quem, de fato, lhes tirou dinheiro”, reiterou.

Caso o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), resolva ler o requerimento em plenário, o que abre prazo para os partidos indicarem os nomes para integrar a comissão, o líder defende uma apuração ampla, baseada na linha do tempo e nas evidências, a exemplo do que ocorreu nas CPIs da Covid-19 e dos atos golpistas de 08 de janeiro.

Nessa possibilidade, a base do governo no Congresso vai lutar pelos cargos chaves da comissão com presidente, vice e relator.

“Vamos investigar com seriedade, observando todos os fatos e todos os envolvidos. Porque é isso que queremos, é isso que o governo do presidente Lula defende, e é por isso que estamos aqui fazendo esse debate com seriedade e compromisso com a verdade”, disse.

“Braços cruzados”

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que enquanto o governo de Jair Bolsonaro cruzava os braços diante da multiplicação das entidades fantasmas, o atual governo atua com firmeza para “desmontar essa estrutura criminosa e proteger quem mais precisa”.

O senador reforçou que há sindicatos sérios, com histórico de luta e que é preciso distinguir essas instituições das associações criminosas.

“O que aconteceu com os aposentados é um crime hediondo, e a culpa não é das associações legítimas, como a Contag, que há mais de 60 anos defende trabalhadores e aposentados. A verdadeira responsabilidade é de sindicatos de fachada e empresas disfarçadas, que surgiram para roubar, não para servir ao povo”, completou.

O líder apresentou um gráfico com dados do Relatório de Avaliação do INSS, produzido pela Controladoria-Geral da União (CGU).

“Os números evidenciam de forma inquestionável que o esquema de descontos fraudulentos em aposentadorias explodiu durante o governo anterior ao nosso. O gráfico é claro: entidades criadas especificamente nesse período passaram a movimentar valores bilionários à custa dos aposentados, com anuência ou omissão do Estado”, criticou.

CPI da Covid

O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), fez ligações das atuais fraudes do INSS com a CPI da Covid da qual ele era integrante.

Nomes como Mauricio Camissotti e Danil Trento, ambos investigados na CPI da Covid na negociata de vacinas superfaturadas da Índia, a Covaxin, no governo Bolsonaro, são peças chaves no escândalo do INSS.

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