
A partir de 1º de junho de 2025, cidadãos do Brasil poderão viajar para a China sem necessidade de visto, desde que a estadia não ultrapasse 30 dias. A política, com validade inicial de um ano, também abrange Argentina, Chile, Peru e Uruguai.
O anúncio oficial foi feito nesta quinta-feira (15) pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, durante coletiva de imprensa em Pequim.
A medida, em caráter experimental, contempla viagens com fins de turismo, negócios, visita a familiares e amigos, intercâmbio ou trânsito. Está vedado, no entanto, o exercício de atividades remuneradas ou a permanência prolongada no país.
A decisão faz parte de um esforço diplomático da China para aprofundar as relações com a América Latina e reforçar sua política de aproximação com o Sul Global.
A nova política de vistos foi apresentada no contexto do IV Fórum Ministerial China-CELAC, realizado em Pequim, que reuniu autoridades chinesas e representantes da América Latina e do Caribe.
Em seu discurso de abertura, o presidente Xi Jinping antecipou o lançamento de medidas para facilitar os intercâmbios culturais e econômicos com a região, embora não tenha especificado inicialmente os países contemplados.
Durante o evento, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, afirmou que o país “intensificará o intercâmbio e a aprendizagem mútua entre civilizações” e destacou a importância de expandir parcerias entre universidades, think tanks, meios de comunicação e governos locais.
A China manterá ainda fóruns de amizade e cooperação subnacional como instrumentos de diálogo entre os povos.
Diplomacia chinesa aposta na mobilidade e integração cultural
Ao justificar a medida, o porta-voz Lin Jian defendeu que a China continuará a promover uma abertura de “alto nível ao mundo exterior” e convidou cidadãos estrangeiros a “visitar a China com mais frequência”, descrevendo o país como “colorido, apaixonante e vibrante”.
Segundo ele, a política de isenção de vistos faz parte de uma série de ações voltadas a facilitar a mobilidade internacional e estimular a integração cultural com países do Sul Global.
Analistas avaliam que, além de ampliar o fluxo de turistas e empresários, a medida poderá impulsionar os vínculos acadêmicos e institucionais entre China e América Latina, sobretudo em áreas estratégicas como energia, infraestrutura e inovação.
Em paralelo à agenda diplomática, a China anunciou investimentos de R$ 27 bilhões em novos projetos no Brasil, conforme divulgado pela ApexBrasil.
Os setores contemplados incluem delivery (Meituan), mobilidade elétrica (GAC), energia limpa (CGN) e mineração (Baiyin Nonferrous). A divulgação ocorreu durante o fórum empresarial Brasil-China, também realizado em Pequim, com a presença de autoridades dos dois países.
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