A mansão de Hebe Camargo será leiloada novamente nesta terça-feira, 13, com um lance inicial de aproximadamente R$ 8,7 milhões. Localizada no Morumbi, em São Paulo, a propriedade foi alvo de disputas judiciais na família e acabou abandonada.O leilão ocorre em 1ª praça por R$ 8,68 milhões e, em 2ª praça entre 16 de maio a 5 de junho, pelo valor de R$ 4,3 milhões, conforme autorizado no processo judicial de penhora.O terreno possui 2,2 mil metros quadrados e 962 metros quadrados de área construída. Conhecida como “A Casa da Hebe”, a residência foi moradia da apresentadora com seu segundo marido, Lélio Ravagnani.Anteriormente, o filho de Hebe, Marcello Camargo, comentou sobre o imóvel, que considerava um “elefante branco”: “Lélio construiu a casa para morar com a minha mãe depois que eles se casaram e foi muito bem vivida. Mas, em 2000, quando ele morreu, nos mudamos de lá e a propriedade ficou para a família dele”, disse.O Estadão teve acesso ao edital do leilão, que cita os cômodos do imóvel de dois pavimentos com três salas, lavabo, cozinha e quatro suítes, bar, adega, sauna seca e úmida, 3 suítes de serviço, salão com lareira e piscina.Apesar do apelido, a propriedade nunca foi de Hebe: o proprietário original, Lélio, realizou a doação ainda em vida de maneira igualitária para seus filhos Lélio Ravagnani Filho e Leila Ione Ravagnani Souza Barros.Após a morte de Lélio, em 2000, a mansão entrou em uma disputa judicial entre os irmãos. Leila morou temporariamente na casa, que foi abandonada depois.Entretanto, a disputa da mansão tomou outros rumos quando as empresas de Lélio Filho, Corema S.A Empresa de Comércio e Exportação e Corema International Inc., fornecedoras de locomotivas, sofreram uma ação judicial.A Corema foi indiciada em um esquema de fraude aduaneira na importação de 30 locomotivas que sairiam dos Estados Unidos até o Brasil, que culminou em uma dívida com a empresa responsável pelo frete, a WV Soluções Logísticas. O auto de infração determinou que houve fraude aduaneira, além de interposição fraudulenta e uso de offshore nas Ilhas Virgens Britânicas.A infração gerou a penhora judicial de 50% do imóvel para o pagamento do frete para a empresa responsável, a WV Soluções Logísticas, que faz projetos de logística internacional pra transporte de carga pesada, em ação judicial que ocorre desde 2005.Um leilão já havia sido realizado anteriormente, em 2024, sem sucesso. A nova tentativa de venda será feita de maneira integral para que haja efetividade no repasse do valor, com a porcentagem destinada à parte de Leila processada após a venda do imóvel e preservada em primeira praça.A advogada Juliana Carrillo Vieira, responsável pela WV Soluções, explica ao Estadão a decisão judicial que acarretou na penhora: “Conforme consta do processo, a empresa WV figura como parte credora, tendo sido contratada para o agenciamento do frete marítimo de 30 locomotivas, com origem no porto de Houston (EUA) até o porto de Vitória (ES)”.”A ação, em fase de execução, visa o recebimento de despesas logísticas de 217 mil dólares, que jamais foram reembolsadas, dentre outras despesas. Ela tramita desde 19 de julho de 2005, foi julgada procedente em 2 de outubro de 2006, com a condenação da Corema S.A. e Corema Inc em indenizar o valor das despesas em dólar, dentre outras que foram objeto da ação, estando atualmente em fase de execução.”Ela, que já visitou o imóvel, falou também sobre a preservação de algumas áreas que Hebe utilizava no imóvel: “A única coisa que está preservada é uma escadaria no andar da piscina, que a Hebe usava para receber os convidados, estimada em R$ 200 mil, em formato de caracol, e um bar, com a mesma madeira, o quarto, o closet e uma penteadeira em que ela se arrumava”.A advogada também concluiu que, apesar do estado de abandono do imóvel, foi realizado um levantamento que averiguou a possibilidade de construção de um loteamento residencial, tendo em vista a valorização da região. “É possível construir seis casas com dois andares, além de um memorial para a Hebe.”*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais
Entenda o processo por trás do leilão da mansão abandonada de Hebe Camargo por R$ 8,7 milhões
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