Atlas da Violência: entre 2012 e 2022, Goiás reduziu em 47,7% taxa de homicídios por 100 mil habitantes

Enquanto a taxa de homicídios em Goiás no ano de 2012 era de 44,2 a cada 100 mil habitantes, em 2022, o índice foi de 23,1, quase metade do registrado em um ano, aponta o Atlas da Violência 2024, divulgado nesta segunda-feira, 12, pelo Instituto de Pesquisa Ampliada (IPEA).

A redução, de 47,7% no período, de acordo com o levantamento, está diretamente relacionado, segundo a pesquisa, com a implementação de um trabalho de inteligência e análise criminal.

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Em 2012, foram registrados 2.793 homicídios em Goiás, enquanto em 2022 foram 1.687 em números absolutos. Goiás foi o terceiro estado que mais reduziu o número de homicídios no país, atrás apenas do Distrito Federal (-67,4) e São Paulo (-55,3).

Tabela apresenta a taxa evolução da taxa de homicídios: Goiás reduziu 47,7% | Foto: Reprodução

O estudo diz que Goiás, assim como Rio Grande do Norte, Ceará e Sergipe, têm investido nos últimos anos em uma linha de gestão por resultados “com base em um trabalho integrado das organizações de segurança pública e ações orientadas pela análise criminal”. Apesar disso, o documento aponta que são necessários trabalhos mais profundos de investigação para estimar o impacto das políticas públicas no combate a criminalidade.

No Brasil, foram registrados 46.409 mil homicídios em 2022, uma redução de -3% no comparativo com 2021. Na comparação entre 2012 e 2022, a redução foi de 18,6.

O estudo

O Atlas da Violência é uma publicação coordenada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e buscar retratar a violência no Brasil, abordando diversos aspectos como homicídios, violências não letais contra crianças e adolescentes, violência contra mulheres, pessoas negras, população LGBTQIA+ entre outros.

O estudo se baseia, principalmente, nos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), ambos do Ministério da Saúde.

Houve mudanças importantes nas fontes de dados populacionais usadas para calcular as taxas de homicídio por 100 mil habitantes. Fora utilizadas, sempre que possível, a base de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADc) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o período de 2012 a 2022, visando melhor padronização e evitar quebras nas séries temporais.

As taxas municipais foram calculadas somente para o ano de 2022, utilizando a população do Censo Demográfico de 2022. Para o cálculo das taxas de homicídio de indígenas em municípios com Terras Indígenas, também foi usada a população do Censo Demográfico de 2022.

O número de homicídios registrados é obtido somando os óbitos classificados no SIM pelas Classificações Estatísticas Internacionais de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) como agressão (X85-Y09) e intervenção legal (Y35 – Y36). Óbitos por arma de fogo são obtidos pelas CID-10 X93-X95 e Y35.0. Óbitos por suicídio são classificados como X60-X84.

Houve um aumento significativo de Mortes Violentas por Causa Indeterminada (MVCI) a partir de 2018 na base do SIM. Para contornar o problema das MVCI que ocultam homicídios, os autores produziram estudos para avaliar a qualidade dos dados e estimar o número de “homicídios ocultos”. Isso foi feito utilizando metodologia baseada em modelos de aprendizado supervisionado (machine learning), aprendendo padrões probabilísticos de características pessoais e situacionais a partir de microdados de óbitos por causas não naturais desde 1996.

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