Do portal Muita Informação
Em Lauro de Freitas, na Bahia, uma necessidade pessoal acabou se transformando em um movimento social de grande impacto. A influenciadora digital Michelle Martins de Oliveira, criadora do perfil @mamãesbaianas, decidiu em 2017 fundar um grupo virtual para mães da região. O que nasceu como uma tentativa de se conectar com outras gestantes e descobrir fornecedores locais, hoje é a maior comunidade materna da Bahia, com mais de 22 mil mulheres distribuídas em 126 grupos de WhatsApp, além de 15 grupos para pais.
O projeto surgiu durante a primeira gestação de Michelle, quando ela foi orientada a fazer repouso. Morando em Lauro de Freitas e habituada a resolver tudo em Salvador, ela sentiu a necessidade de criar uma rede de apoio local.
“O Mamães Baianas foi criado em abril de 2017, por uma necessidade pessoal. Eu estava grávida e tive que entrar em repouso”, explicou Michelle. “Eu não conhecia nada nem ninguém em Lauro, então perguntei nos grupos de gestante se alguém conhecia um grupo de mães daqui. Ninguém conhecia. Então eu criei o Mamães de Lauro”, contou.
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De um grupo de WhatsApp ao maior movimento materno da Bahia
O primeiro grupo reunia apenas 30 mães, mas a iniciativa começou a se destacar quando Michelle passou a fechar parcerias com empresas que ofereciam benefícios exclusivos para as integrantes. Com isso, o número de participantes explodiu.
“As mães que já participavam foram pedindo para adicionar as amigas, irmãs, vizinhas”, lembrou. O primeiro encontro presencial lotou um espaço com capacidade para 100 pessoas e se tornou um marco na trajetória da comunidade.
A popularidade obrigou Michelle a criar listas de espera e novos grupos sucessivamente. “As pessoas queriam entrar, mas não tinha mais vaga. Eu comecei a salvar o número de todos como ‘lista de espera 01, lista de espera 02… Mas ninguém saía. Quando percebi já tinha mais de 50 mães na lista de espera. Aí criei o grupo 2”, contou.
Com o sucesso das parcerias, principalmente com uma clínica de vacinação que atendia também em Salvador, o projeto expandiu seus horizontes e passou a atender mães da capital. Foi quando o “Mamães de Lauro” virou “Mamães Baianas”.
Parcerias, embaixadoras e expansão digital
Hoje, a rede conta com mais de 180 parceiros comerciais, oferecendo vantagens nas áreas de saúde, educação, eventos, alimentação e lazer. No Instagram, o perfil @mamãesbaianas reúne mais de 75 mil seguidores, enquanto o canal irmão @papaisbaianos soma mais de 5 mil pais.
A dimensão da iniciativa exigiu uma estrutura mais robusta. Michelle precisou de ajuda para administrar os grupos, que chegaram a 67 sob sua gestão direta. “Até termos 67 grupos eu acompanhava pessoalmente cada um, todos os dias. Mas acabou ficando humanamente impossível”, relatou.
A solução veio por meio da colaboração de outras mães da comunidade. “Hoje são 22 embaixadoras, que moderam os grupos de WhatsApp e me ajudam a ampliar esse apoio virtual”, afirmou. “Sem elas, sem dúvidas, já teríamos colapsado. Além de tudo elas trouxeram novos olhares e novas experiências para o Mamães Baianas”, completou.
Impacto social e sentimento de pertencimento
A comunidade não é apenas uma rede de vantagens. Ela se tornou uma plataforma de acolhimento, troca de experiências e empoderamento feminino. Michelle reforça o impacto do sentimento de pertencimento que a rede gera nas participantes. “Ficamos ainda mais fortes, afinal, é isso que acontece quando mães se juntam! Nosso slogan é justamente esse: ‘juntas somos mais fortes’”, afirma
Além dos grupos de bate-papo e canais de ofertas que ajudam mais de 10 mil mães a economizar mensalmente, a comunidade organiza encontros presenciais e rodas de conversa com especialistas em maternidade, reforçando o elo entre o mundo digital e a vida real.
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