O médico e ex-prefeito de Tabira, Édson Moura, criticou duramente a inauguração da Casa de Parto Normal Humanizado em Serra Talhada, ocorrida na última sexta-feira (9), com a presença da prefeita Márcia Conrado, dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e dos senadores Humberto Costa e Teresa Leitão. Para Édson, o equipamento representa um retrocesso no cuidado com a saúde da mulher. “Foi um tiro no pé. Ao invés de fazer uma casa de parto, deveriam fazer uma unidade de hemodiálise”, afirmou.
Doutor Édson, que tem um hospital em Afogados da Ingazeira e exerceu mandato de deputado estadual, chamou a proposta de “volta ao Império Romano”. Ele diz que passou décadas lidando com complicações do parto natural e defende a cesariana como forma mais segura de nascimento. “Hoje em dia, ninguém quer parto normal. As mulheres querem ter um filho sadio — e só conseguem isso com a cesariana”, declarou em vídeo.
Ainda, o médico criticou a condução do projeto por gestores que não têm formação médica. “Alexandre Padilha nunca foi médico. Nem Márcia Conrado foi médica. Isso teria que ser feito por um médico experiente, com 40, 50 anos de profissão”, disparou. Segundo ele, a decisão desconsidera a evolução dos hábitos familiares e o desejo das mulheres. “De 100, talvez duas ou três querem parto normal”, completou.
A Casa de Parto Normal Humanizado, em Serra Talhada, recebeu investimento de R$ 2,5 milhões — R$ 2,1 milhões oriundos de emenda parlamentar do senador Humberto Costa e R$ 500 mil da prefeitura. A estrutura tem capacidade para realizar até 70 partos por mês e busca ampliar o acesso a partos humanizados na região.