
Pinguins-de-magalhães ganharam transmissores via satélite para terem suas localizações monitoradas. Animais foram resgatados com sinais de afogamento em 2024. Pinguins são soltos no mar após tratamento em Florianópolis
Três pinguins-de-magalhães resgatados com sinais de afogamento em 2024 foram devolvidos ao mar, nesta semana, após meses de reabilitação em Florianópolis. Os animais ganharam transmissores via satélite e foram levados a uma área próxima à Ilha do Xavier, na capital de Santa Catarina, a bordo de uma embarcação (assista acima).
A soltura aconteceu na segunda-feira (5), mas só foi divulgada na quinta (8) pela Associação R3 Animal, que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) na região.
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Conheça o pinguim-de-Magalhães, espécie que migra para SC no inverno
Segundo o projeto, os pinguins foram encontrados encalhados em praias de Florianópolis, Navegantes (SC) e Ilha do Mel (PR) no segundo semestre de 2024. Eles receberam tratamento veterinário até estarem prontos para voltar à natureza.
🐧 🚣♂️ A associação explica que a soltura por embarcação ajuda os animais a retomar suas rotas migratórias, que ocorrem justamente nesta época do ano. Com os transmissores, também será possível monitorar, em tempo real, o deslocamento deles.
A presidente da R3 Animal, Cristiane Kolesnikovas, explica que isso vai ajudar a investigar o comportamento migratório e uso de habitat desses animais para embasar ações de conservação da espécie.
“Vamos saber quanto tempo os animais levam para chegar às colônias e se o grupo permanece junto. Nós finalizamos o nosso trabalho na soltura, mas só saberemos se houve sucesso quando os pinguins chegarem aos seus locais de origem”, explica.
Esse foi o último grupo de pinguins resgatado na temporada de migração de 2024 que permanecia em reabilitação na R3 Animal.
A bordo de embarcação, pinguins foram soltos no mar em Florianópolis
R3 Animal/ Divulgação
Monitoramento
Em dezembro de 2024, cinco pinguins reabilitados e soltos pela R3 Animal receberam transmissores via satélite, com duração da bateria estimada em três meses.
〰️ Após 36 dias da soltura, o boletim de monitoramento confirmou que todos os animais atingiram o litoral argentino, onde ficam suas colônias reprodutivas.
A trajetória percorrida pelos animais, desde Florianópolis, somou mais de 1000 km em direção à Patagônia Argentina.
A jornada dos pinguins-de-Magalhães
Todos os anos, no outono e inverno, os pinguins-de-Magalhães deixam suas colônias reprodutivas, na Patagônia Argentina, rumo a águas mais quentes, onde há maior abundância de alimentos.
Entre maio e outubro, muitos acabam atingindo o litoral brasileiro, principalmente as regiões Sul e Sudeste.
Durante a migração, é comum que indivíduos mais jovens se percam do bando, devido à inexperiência, e encalhem nas praias exaustos, afogados, desnutridos e hipotérmicos. Ações humanas como petrechos de pesca e poluição marinha agravam a situação.
O que fazer ao avistar um pinguim na praia?
Não tente devolver o animal para o mar;
Jamais coloque o pinguim em contato com o gelo (animais debilitados costumam apresentar hipotermia);
Não tente tocá-lo ou alimentá-lo;
Afaste animais domésticos;
Acione o resgate do PMP-BS: 0800 642 3341.
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