Depois do impedimento, audiência pública é interrompida por agressões; vereador pretende judicializar a decisão

A audiência pública que tratava da saúde de crianças e adolescentes trans, do vereador Fabrício Rosa (PT), foi subitamente interrompida por ataques transfóbicos na noite desta última quarta-feira, 7. Segundo os relatos obtidos pela equipe de redação, um adolescente adentrou o espaço montado na Praça do Trabalhador, em frente a Câmara Municipal de Goiânia, e desferiu ataques racistas e transfóbicos aos palestrantes e atendentes. 

Um dos indivíduos lesados pelas agressões contou que o menor teria ameaçado de morte uma das palestrantes do debate, a ativista trans Bárbara Bombom (PSOL), que já foi entrevistada pelo Jornal Opção sobre a sua história de vida como uma mulher trans desde a infância. Bárbara afirmou à equipe de redação que o indivíduo, que não pode ser identificado, repetiu diversas vezes em direção a ela que “travesti” como ela “tinha que morrer”.

Segundo contou Bombom, os ataques teriam durado poucos minutos até a chegada da Guarda Civil Municipal (GCM), que já tinha sido acionada pelos organizadores para assegurar o local do debate devido a possíveis ocorrências como a da noite do dia 7. 

Após as agressões, os jovens foram levados encaminhados a Central de Flagrantes da Polícia Civil | Foto: Divulgação

“Fiquei abalada duas vezes, a primeira por sofrer estes ataques em um espaço público dedicado para debater sobre os jovens trans. O segundo por sofrer essa agressão de um jovem preto, um dos meus, por assim dizer”, relembra.

Posteriormente, o jovem foi detido pelas forças de segurança pública após ter tentado dar fuga. Neste momento, o garoto teria afirmado “liga pro vereador, eu não to sozinho, eu tenho as costas quentes”, como falou a ativista. O menor também estava acompanhado de um colega ao qual não participou das ofensas, contudo, também teria sido detido junto ao agressor.

Em sequência, os suspeitos foram encaminahdos à Central de Flagrantes da Polícia Civil de Goiás (PCGO), no Setor Cidade Jardim, para a redação de um Boletim de Ocorrência (BO). Ao Jornal Opção, a GCM informa que o menor infrator, bem como os responsáveis, identificaram à PCGO.

Devido o impedimento do evento dentro do espaço público, Rosa afirma que deve acionar a Justiça pelas afirmações de cunho transfóbico que ocorreram no plenário da Câmara Municipal. “A assessoria jurídica do vereador Fabrício Rosa estuda as medidas cabíveis contra as manifestações transfóbicas feitas em plenário durante a manhã desta quarta-feira.”

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