
Muito atrás, em segundo lugar, está o candidato conjunto da coalizão governista, Crin Antonescu, com 20,9%, e em terceiro lugar, o prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, com 20,2%. Os dois com mais votos se enfrentarão em um segundo turno em 18 de maio. George Simion
Reuters
George Simion, candidato nacionalista de extrema-direita, caminha para garantir uma vitória no novo primeiro turno da eleição presidencial da Romênia, que ocorreu neste domingo (4). Seu nome foi indicado depois que Calin Georgescu teve a candidatura barrada (entenda mais abaixo).
O líder de 38 anos da Aliança para a Unidade dos Romenos (AUR), Simion, estava superando os outros candidatos nas pesquisas com 40% dos votos, mostravam dados eleitorais oficiais depois que 95% dos votos foram contados.
Muito atrás, em segundo lugar, está o candidato conjunto da coalizão governista, Crin Antonescu, com 20,9%, e em terceiro lugar, o prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, com 20,2%.
🗳️ Os dois principais candidatos se enfrentarão em um segundo turno em 18 de maio. O presidente da Romênia tem um papel semiexecutivo que inclui comandar as forças armadas e presidir o conselho de segurança que decide sobre a ajuda militar.
Segundo a BBC, o resultado é aguardado com nervosismo em Washington, Kiev e Moscou. A Romênia é uma rota importante de trânsito para sistemas de armas e munições para a Ucrânia.
O país possui um escudo de defesa antimísseis dos EUA em Deveselu (uma cidade da Romênia) e três grandes bases aéreas, de onde a OTAN realiza missões de policiamento aéreo até a fronteira entre a Ucrânia e a Moldávia, e sobre o Mar Negro.
Além disso, a Ucrânia exporta 70% de seus grãos pela costa do Mar Negro, através das águas territoriais romenas, em direção a Istambul. A Marinha romena desmina essas águas e a Força Aérea romena treina pilotos ucranianos para pilotar caças F-16.
O governo Trump está reavaliando seu compromisso com a Romênia. Um acordo de isenção de visto foi abruptamente cancelado na véspera da eleição.
Eleição adiada
As eleições presidenciais de dezembro foram anuladas pela Justiça após a suspeita de interferência russa no pleito.
O então candidato de extrema direita – que tem ideais pró-Rússia –, Calin Georgescu, aparecia com porcentagem baixa nas pesquisas e terminou em 1º lugar.
A decisão do Tribunal Superior da Romênia de suspender a eleição no final do ano aconteceu depois que o principal conselho de segurança do país divulgou documentos que indicavam que o país foi alvo de “ataques híbridos agressivos russos” durante o período eleitoral.
🔁 O candidato barrado, então, foi substituído por George Simion, que liderava o pleito neste domingo.
Calin Georgescu em de debate entre candidatos a presidente em Bucareste, na Romênia
Inquam Photos/Octav Ganea via REUTERS
Eleição de um candidato de extrema direita
Uma vitória de Simion poderia isolar o país, corroer o investimento privado e desestabilizar o flanco oriental da Otan, onde a Ucrânia está lutando contra uma invasão russa de três anos, dizem observadores políticos.
“Esta não é apenas uma vitória eleitoral, é uma vitória da dignidade romena. É a vitória daqueles que não perderam a esperança, daqueles que ainda acreditam na Romênia, um país livre, respeitado e soberano”, disse Simion.
Ele também prometeu no domingo que, se se tornasse presidente, colocaria seu colega ultranacionalista Calin Georgescu no poder.
Para tal, ele disse que faria: “um referendo, eleições antecipadas ou a formação de uma coalizão no parlamento que o nomearia primeiro-ministro”.
Dessa forma, a atual disputa eleitoral é vista como um teste da ascensão do nacionalismo ao estilo Donald Trump na União Europeia.