Com quatro ministérios no governo Lula, União Brasil e PP lançam federação com aceno a Bolsonaro

O Globo

A federação entre União Brasil e PP foi lançada, ontem, com acenos a um projeto de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sinalizações em direção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Juntos, os dois partidos têm quatro ministérios. O evento contou com a participação do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do líder do partido de Bolsonaro na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ).

Ao chegar na cerimônia que marcou o anúncio da federação, ACM Neto, vice-presidente do União Brasil, elogiou o ex-presidente. “Bolsonaro é um personagem político com um tamanho e densidade eleitoral inegável no campo da direita. Ninguém pode querer construir um projeto de enfrentamento ao PT sério, competitivo e vitorioso sem considerar isso. Tem que considerar o peso e o tamanho de Bolsonaro, é preciso dialogar”, disse.

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Além disso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que tenta se viabilizar como candidato a presidente de oposição ao PT, fez um discurso no palco do evento em que citou diretamente a disputa eleitoral. “É isso que precisamos nesse momento, da classe política entender o recado que deve ser dado. Hoje nessa federação dos dois grandes partidos, que transferem a todos nós a responsabilidade sobre nossos ombros de sabermos ganhar o processo eleitoral de 2026. Esse é o desafio, estamos aqui construindo um novo rumo para o país”, afirmou.

A federação será inicialmente presidida de forma conjunta pelos presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio Rueda. Os dois são próximos do bolsonarismo e tentam construir com o ex-presidente um acordo para 2026. Um dos nomes que poderia representar o campo da direita na disputa é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O evento também contou a participação de representantes das alas governistas dos dois partidos, como os ministros André Fufuca (Esporte), do PP, e Celso Sabino (Turismo), do União Brasil, que não discursaram.

Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também estiveram no evento. Após o Republicanos recusar fazer parte da federação, Hugo Motta fez um aceno aos dois partidos.

“Enquanto presidente da Câmara fico feliz não só de estar aqui presente, mas no que eu puder colaborar para que a federação possa se fortalecer, nós estamos prontos para isso. Nosso partido, o Republicanos, é parceiro, também se coloca, como o Progressistas e o União Brasil, como um partido de centro-direita. Temos toda uma afinidade, temos toda a condição de seguir trabalhando juntos em favor do país”, disse.

Já Alcolumbre mencionou as dificuldades internas nos dois partidos, mas minimizou os atritos. “Muitas vezes somos chamados a decidir por um lado ou por outro lado, mas o caminho do equilíbrio, da ponderação, do diálogo, do entendimento é o que faz um país do tamanho do Brasil seguir em frente. Com tantas dificuldades, peculiaridades, problemas e visando o bem comum sai hoje a federação Progressistas e União Brasil”, concluiu.

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