
O Primeiro de Maio não é um dia de comemoração vazia, mas de luta e resistência.
Enquanto os patrões e o capital celebram seus lucros, nós, trabalhadores, lembramos que
todas as nossas conquistas vieram da organização e da pressão nas ruas. E hoje, mais do
que nunca, precisamos retomar essa força para exigir o que é nosso por direito: trabalho
digno, salário justo e um projeto de nação que coloque o povo em primeiro lugar.
A realidade do trabalhador brasileiro hoje é de precarização, jornadas exaustivas e direitos
sendo retirados um a um. Empresas como Uber, iFood e Rappi transformaram o emprego
em algo ainda mais inseguro: motoristas e entregadores trabalham 12, 14 horas por dia,
sem carteira assinada, sem férias, sem aposentadoria, sem sequer o direito de reclamar
das condições abusivas. Eles são a face mais cruel de um sistema que trata o trabalhador
como descartável. Mas não são os únicos. Milhões estão em escala 6×1, presos em rotinas
que não deixam tempo para descansar, muito menos para viver. Isso não é trabalho — é
escravidão moderna.
Precisamos cortar essa espiral de exploração pela raiz. A jornada de trabalho precisa ser
reduzida para 40 horas semanais, sem redução de salário, e a escala 6×1 deve acabar. Não
faz sentido que, em pleno século 21, com tanta tecnologia e riqueza sendo produzida, o
trabalhador ainda precise se matar de trabalhar para ganhar um salário que mal paga as
contas.
O salário mínimo precisa ser valorizado urgentemente, não apenas para cobrir a
inflação, mas para garantir poder de compra real — um trabalhador que não consegue se
alimentar direito, pagar o aluguel ou comprar um remédio não está vivendo, está
sobrevivendo.
Mas, não basta apenas melhorar as condições individuais do trabalho. Enquanto o Brasil
não tiver um projeto nacional de desenvolvimento, que rompa com a dependência de um
modelo econômico voltado para o lucro de poucos, continuaremos reféns da instabilidade e
da miséria.
Precisamos de investimento público massivo em indústria, infraestrutura e
tecnologia, gerando empregos de qualidade e reduzindo a dependência de importações.
Redução da taxa de juros, para que o crédito não seja um privilégio de banqueiros, mas
uma ferramenta de crescimento para pequenos negócios e trabalhadores. Uma política
econômica que priorize o mercado interno, aumentando o consumo e fortalecendo a
produção nacional, em vez de sugar os recursos do país para pagar dívidas especulativas.
Não podemos aceitar um Brasil onde o trabalhador é explorado até a exaustão, enquanto o
sistema financeiro dita as regras. O Primeiro de Maio deve ser um dia de lembrar que nossa
força vem da união. Foi assim no passado, quando conquistamos a CLT, a jornada de 8
horas e direitos trabalhistas. E será assim no futuro, quando impusermos menos horas de
trabalho, mais salário e um país verdadeiramente soberano.
O post 1º de Maio: menos jornada, mais direitos e um projeto nacional de desenvolvimento apareceu primeiro em Vermelho.