O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não comparecerá aos atos do Dia do Trabalho organizados pelas centrais sindicais pela primeira vez neste terceiro mandato, mas gravou um pronunciamento para a data que será exibido em cadeia de rádio e televisão.
As gravações foram feitas ao longo da manhã e no começo da tarde desta segunda-feira no Palácio da Alvorada, coordenadas pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira. No primeiro ano do terceiro mandato, Lula também fez pronunciamento em razão da data.
No ano passado e em 2023, o presidente esteve nos atos conjuntos das centrais sindicais em São Paulo. Em 2022, quando era pré-candidato a presidente, Lula também compareceu. As informações são do Jornal O Globo.
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A decisão de não participar acontece agora depois que o ato do ano passado, realizado em frente ao estádio do Corinthians, na Zona Leste de São Paulo, foi considerado um fiasco por causa da baixa presença de público.
O episódio desgastou o ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, responsável pela organização do evento, com o presidente. Desde então, a sua saída do cargo passou a ser especulada nos bastidores do governo. Neste ano, Macêdo foi afastado das articulações do governo com as centrais.
Depois de sete anos, as centrais sindicais não realizarão este ano um ato unificado do Dia do Trabalho. Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central Sindical de Trabalhadores e Pública farão um evento na Zona Norte da capital paulista. A CUT participará apenas como convidada e não como organizadora. Para tentar melhorar a presença de público, foi decidido retomar os sorteios de carros. A CUT nunca adotou essa prática.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que é filiado a CUT, fará um outro ato com outros sindicatos locais em São Bernardo do Campo, berço político de Lula.
De acordo com aliados, o presidente manifestou desejo de ir ao evento de São Bernardo, mas avaliou que não pegaria bem desprezar as demais centrais sindicais. Assim, optou por ficar em Brasília. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, representará o governo nos dois atos. Macêdo também deve comparecer, segundo a organização do ato de São Paulo.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, ainda mantém esperança que Lula compareça ao ato do dia 1º.
— O Lula só não foi em atos do 1º de Maio quando estava preso. Fizemos de um jeito que ele pode vir aqui em São Paulo e depois em São Bernardo. É importante que ela venha porque vai reunir milhares de pessoas, é um dia de celebração das lutas operárias. Para nós, ter a presença de um presidente como o Lula, que é operário, seria fundamental.
Nesta terça-feira, as centrais sindicais farão uma marcha em Brasília. Um documento de pauta da classe trabalhadora foi elaborado para ser entregue aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e ao presidente Lula. Entre os 26 itens do texto, está o fim da escala 6 x 1. De acordo com integrantes do governo, não existe possibilidade de o tema ser encampado pela gestão petista no momento. O primeiro tópico do documento defende a redução da jornada do trabalho, sem redução de salário. Lula deve se reunir com os presidentes das centrais sindicais no fim da manhã no Palácio do Planalto.
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