Caminhada no Recife protesta contra construção de escola de sargentos em área de proteção ambiental

Do Brasil de Fato

Na tarde de hoje, ambientalistas, lideranças religiosas e demais simpatizantes da luta em defesa da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe saíram às ruas do Recife em defesa do território. A mobilização foi convocada pelo Coletivo Inter-religioso em Defesa da APA Aldeia-Beberibe, grupo que afirma a natureza como criação sagrada e o dever espiritual da humanidade em protegê-la. O ato se concentrou a partir das 13h e saiu em caminhada até às 15h, em direção ao Marco Zero.

Há um projeto do Ministério da Defesa, discutido desde a gestão Bolsonaro (PL), mas aprovado pela gestão Lula da Silva (PT) e pelo governo Raquel Lyra (PSD), para que o Exército Brasileiro construa uma escola de sargentos que desmataria cerca de 188 hectares (ou 174 campos de futebol) na região. Os ativistas ligados ao Fórum Socioambiental de Aldeia convocam a sociedade para defender a APA Aldeia-Beberibe e o planeta Terra, a “casa comum”, a vida e a Justiça ambiental.

Os ambientalistas alegam que a destruição afetaria o microclima da região, reduzindo o regime de chuvas e afetando os mananciais da região, inclusive o que abastece a barragem de Botafogo, responsável pelo abastecimento de água de mais de 1 milhão de pernambucanos. “A APA Aldeia-Beberibe é um santuário de vida, lar de inúmeras espécies, guardiã das águas. Essa terra sagrada enfrenta ameaças, contra as quais nos levantamos com a força da nossa ancestralidade e guiados por nossos cultos e divindades”, diz a convocatória do coletivo inter-religioso.

Sob gestão da Agência de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), a APA em questão é um território de 31,6 mil hectares que abrange regiões de sete municípios da Região Metropolitana do Recife e um da Zona da Mata Norte do estado. A Aldeia-Beberibe se expande por Abreu e Lima (que 24,4% da APA APA), Igarassu (22,6%), Recife (16%), Araçoiaba (11,4%), Paudalho (9,4%), Camaragibe (8%), Paulista (6,2%) e São Lourenço da Mata (2%). O Arco Metropolitano é outro projeto, este estadual, que promete desmatar parte da região para construir uma rodovia que ajude a desafogar a BR-101.

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