Jornais e emissoras são pródigos em publicar reportagens sobre variados casos de injustiça. Mas, quando a injustiça bate à sua porta, costumar esconder as notícias.
Com câncer no pulmão e no cérebro, uma jornalista foi demitida pelo SBT, rede da família de Silvio Santos.
Na quarta-feira, 23, a juíza Cristiane Serpa Panzan, da 5ª Vara do Trabalho de Osasco, determinou que o SBT anule sua demissão. Se não cumprir a decisão judicial, a rede terá de pagar, por dia, multa de mil reais.
A jornalista, que não teve o nome revelado, toma um medicamento que custa 40 mil reais por mês. O plano de saúde, o que era pago pelo SBT, custeava o remédio.
A juíza Cristiane Serpa sublinha que a liminar concedida tem caráter emergencial, dada o grave problema de saúde da jornalista. “O desligamento compromete a continuidade do tratamento vital da reclamante, colocando em risco sua saúde e dignidade, em afronta aos princípios da função social do contrato de trabalho, proteção da vida e dignidade da pessoa humana”, postula a magistrada, que mostra humanidade, ao contrário da diretoria do SBT.
A magistrada sublinhou que “a jornalista é portadora de doença incurável e tem necessidade imperativa de manter o tratamento vigente para seu controle adequado, sendo que sua suspensão, ainda que temporária, pode acarretar aparecimento de outros sintomas, progressão da doença e redução de seu tempo de vida”.
De acordo com o Portal dos Jornalistas, “procurado, o SBT informou que ainda não foi notificado”. Com um pouco de humanismo — um pouco, o mínimo —, a diretoria diria: “Vamos cumprir a lei e vamos cuidar da profissional que nos serviu, e bem, por tantos anos”.
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