| Foto:
Reprodução/Youtube/Band Jornalismo
Mirian Lira Rocha, 36, mãe das duas crianças mortas após comerem um ovo de Páscoa possivelmente envenenado em Imperatriz (MA) disse não ter noção de como seguirá a vida sem os filhos.Ela foi liberada pelo Hospital Municipal de Imperatriz para comparecer ao sepultamento de sua filha Evely Fernanda Rocha Silva, 13, morta nesta terça-feira (22). A primeira vítima do caso foi Luís Fernando, 7, que morreu na quinta (17). Ela foi hospitalizada juntamente com os filhos e ainda está debilitada.”É só o que peço: justiça”, disse Mirian, em entrevista à TV Mirante (afiliada da Globo na região) nesta quarta (23).Jordélia Pereira Barbosa, 35, foi presa sob suspeita de envenenar a família. Conforme a Secretaria de Segurança Pública do maranhão, ela é ex-companheira do atual namorado de Mirian e deve ser indiciada sob suspeita de dois homicídios e uma tentativa de homicídio.Na audiência de custódia, Jordélia foi representada pela Defensoria Pública. A reportagem não conseguiu contato com sua defesa.O ovo de chocolate foi entregue à família de Mirian na quarta-feira (16), por volta das 19h, com um bilhete que dizia: “Com amor para Mirian Lira. Feliz Páscoa!!!”.”Quando chegou a embalagem, me ligaram, perguntando se eu tinha recebido. Só que, na minha cabeça, eu achei que fosse o povo da Cacau Show confirmando se eu tinha recebido a embalagem. Eu só apenas falei que tinha recebido e não procurei investigar mais de onde que vinha”, disse Mirian à TV Mirante.Ela contou que não lembrava a ordem em que o alimento foi consumido, apenas que estavam os três juntos e cada um provou “um pouquinho”. Mirian disse que não percebeu que a filha tinha começado a passar mal.”Nunca imaginei estar passando por isso. Estou tentando digerir aos poucos ainda. É muita informação. (…) Não sei [como vai ser], só Deus mesmo. Daqui para a frente, não tenho noção de como vai ser. Só quero que seja feita justiça, porque foram meus dois filhos, que não vou ter mais de volta”, afirmou.INVESTIGAÇÕESSegundo a polícia, a suspeita teria reservado estadia em um hotel da cidade apresentando um crachá falso, no qual constava um nome inventado e uma foto sua com disfarce, usando uma peruca de cor preta.Uma troca de mensagens via celular obtida pela Polícia Civil do Maranhão mostra que, para fazer o cadastro no hotel, a suspeita disse que era uma mulher trans e sua nova documentação ainda não estava pronta.Por causa disso, ela sugeriu mostrar o crachá da empresa na qual trabalharia.O contato com o hotel foi feito em 15 de abril. No dia seguinte, 16, por volta das 19h, um mototáxi entregou o ovo de Páscoa para a família de Mirian. Segundo a polícia, não há indícios de que o motociclista tenha participado do crime.Às 2h40 de quinta (17), imagens de câmeras de segurança mostraram que Jordélia embarcou de volta para a cidade de Santa Inês, onde mora. Ela foi presa pouco antes de chegar ao destino. A principal hipótese até agora é que ela agiu por ciúmes, segundo os investigadores.A Polícia Civil disse ter chegado até a suspeita após ouvir testemunhas e familiares das vítimas. Também analisou imagens de câmeras de segurança do estabelecimento comercial onde ela havia comprado o chocolate, em Imperatriz.Foram apreendidos com ela óculos, perucas, restos de chocolate, remédios e bilhetes de passagens de ônibus.Até o momento, a principal suspeita é de que o ovo da Páscoa estava envenenado.Amostras de sangue das vítimas foram coletadas para tentar descobrir qual substância teria sido colocada no chocolate. Também será feita análise do material encontrado com Jordélia.Os resultados devem ficar prontos nos próximos dias, segundo a perícia.