Após a morte do escritor peruano Mario Vargas Llosa, aos 89 anos, selecionamos cinco livros do autor que marcaram a trajetória dele na literatura e os leitores que os conheceram. O Jornal Opção conversou com o crítico literário Salatiel Alves Corrêa para elaborar esta lista com sugestões de obras escritas por Llosa. Confira:
- Conversa no Catedral
- A cidade e os cachorros
- A guerra do fim do mundo
- O Sonho do Celta
- Pantaleão e as Visitadoras
“Conversa no Catedral” (1969) se chama assim porque tem como um dos cenários um bar chamado Catedral. O romance aborda política, prostituição, amor e jornalismo, enquanto o autor resgata o período em que o presidente-general Manuel Apolinario Odría governou o Peru, entre 1948 e 1956.
“O autor fala que foi o livro mais difícil que ele escreveu porque o levantamento histórico foi muito profundo. Deu muito trabalho para ele. Com este livro, ele se pôs para a América como um escritor na América Latina. Foi um livro que o tornou reconhecido para outros escritores”, disse Salatiel Alves.
Considerado pelo crítico como o livro de maior sucesso de Mario, “A Cidade e os Cachorros” (1963), surgiu porque “o pai não queria que ele seguisse a carreira de escritor e falava que literatura era coisa de homossexual. Então, o pai dele, que tem uma relação muito caótica com ele, o internou na Academia Militar Leôncio Prado. E lá ele ficou e viu o que era o autoritarismo dentro do Peru. Aí saiu esse livro”, disse.
Já “A guerra do fim do mundo” (1981) foi desenvolvido no Brasil. “Um livro que mostra o talento dele internacionalmente”, afirmou Salatiel. Na obra, ele reconta a Guerra de Canudos. Para o crítico, “o Llosa fez um livro com romance. Romanceou a Guerra de Canudos”, diferente de outros autores que trataram o assunto tecnicamente.
Ele continua crescendo e popularizando a literatura latina em “O Sonho do Celta” (2010), obra pela qual o autor foi laureado com o prêmio Nobel de Literatura. “O livro é a história de um irlandês que prestou serviço à coroa […] até o momento em que ele toma partido nessa guerra que existia entre a Inglaterra e a Irlanda. A partir desse momento que ele começa a defender as causas da Irlanda, ele começa a ser discriminado”, disse.
O crítico afirma que o prêmio foi concedido ao Lhosa por “ser um dos escritores do mundo que mais sabia lidar com a mazela, com as denúncias sociais”.
Sobre “Pantaleão e as Visitadoras” (1973), o crítico afirmou que foi desenvolvido nas selvas da Amazônia. Conta sobre “os soldados e o pessoal do exército que ficava lá, muito tempo sem mulher. Então, criou-se um bordel. O romance gira em torno do bordel em que os militares frequentavam na época de uma revolução que teve na selva peruana”, disse.
Mario Vargas Llosa foi um dos nomes de maior destaque da literatura da América Latina, cuja obra contribuiu para a popularização dos livros latinos no mundo. Mario foi contemplado com o Prêmio Nobel de Literatura em 2010, e colecionou na estante prêmios como Cervantes, Príncipe de Astúrias, PEN/Nabokov e Grinzane Cavour.
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