Usuário registra ocorrência contra traficante após pagar e não receber drogas, em Goiânia

Um usuário de drogas virou alvo de investigação após registrar uma ocorrência na polícia contra um traficante por cobrar e não entregar 30 gramas de maconha como havia sido combinado entre eles, em Goiânia. O “produto”, conforme consta no Boletim de Ocorrência (B.O) feito pelo homem, custou R$ 210 – já com a entrega na modalidade delivery inclusiva.

No boletim registrado, o usuário diz ter entrado em contato com o traficante de drogas para comprar maconha, mas que ele “agiu de má-fé”. “Fiz os devidos repasses dos valores conversados e ele não me respondeu mais no WhatsApp, nem fez a entrega do negociado”, relata.

“Muito embora a atividade dele seja ilícita e o uso da substância não seja considerado crime, a boa fé nas relações devem ser mantidas. E nesse caso, como não foi, estou fazendo o boletim de ocorrência”, conclui o usuário de drogas no registro policial.

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O registro do suposto estelionato foi feito na Central de Flagrantes de Goiânia na madrugada deste sábado, 15, de forma virtual. O caso surpreendeu o delegado plantonista Humberto Teófilo, que afirmou que a “vítima” pode responder por falsa comunicação falsa de crime.

“Essa ocorrência absurda foi registrada por um rapaz que mora no Setor Aeroporto, dizendo que, conforme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STF), isso não caracteriza crime [comprar essa quantidade de maconha]”, explica.

A droga teria sido encomendada pelo WhatsApp. O usuário, ainda segundo o delegado, se mostrou indignado com o golpe e pediu providências da polícia, visto que o traficante “agiu de má fé”. Teófilo diz que no caso em específico, porém, não há crime, visto que a comercialização de entorpecentes caracteriza tráfico de drogas e, por isso, a denúncia deve ser arquivada.

“Ele disse que nessa relação de usuário e traficante tem que ter essa boa fé e que muitos usuários, que fazem o uso recreativo, estão caindo em golpes. Usou ainda a desculpa mentirosa de que seria para uso medicinal, sendo que há outros meios para a compra do produto legalizado para uso medicinal. É lamentável usar essa narrativa em uma ocorrência oficial da Polícia Civil”, concluiu.  

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