Ministra vai assumir Superior Tribunal Militar, e discurso de posse terá tom feminista

Por Salma Freua

Do jornal O Tempo

Na próxima quarta-feira (12), a ministra Maria Elizabeth Rocha assumirá a presidência do Superior Tribunal Militar (STM), sendo a primeira mulher eleita para o cargo em 217 anos de história do órgão. Mineira de Belo Horizonte, ela se define como feminista e adiantou, em entrevista exclusiva a O TEMPO, que seu discurso de posse será, também, em defesa das mulheres.

“Meu discurso terá um tom pró-equidade, feminista — que sou assumidíssima — em favor das mulheres, das minorias e de todos nós que, de alguma forma, ainda somos alijados em espaços que são pré-estabelecidos numa sociedade que não tem mais espaço para isso”, disse a futura presidente do tribunal. A entrevista completa será exibida no programa Café com Política de segunda-feira (10), às 9h, no Youtube de O TEMPO.

Equidade

Segundo a ministra, o discurso dará o tom de como será a sua gestão à frente do STM no biênio 2025-2027. “Hoje, a democracia exige que as minorias sejam ouvidas e respeitadas e que a voz da maioria as contemple também dentro dos espaços de poder, dos discursos e das políticas governamentais. Então, todo meu discurso será nesse sentido, em favor da inclusão, da alteridade e pró-equidade, que é o que eu pretendo desenvolver na minha presidência”.

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Maria Elizabeth afirmou também que pretende desenvolver uma gestão transparente: “é um dos pilares sobre os quais eu vou fazer questão absoluta de nortear a minha gestão”, além da “defesa do Estado Democrático de Direito”.

A entrevista para O TEMPO foi concedida na sexta-feira, 28 de fevereiro, véspera de Carnaval. A ministra também comentou sobre o que achou do filme “Ainda Estou Aqui”, defendeu a democracia e disse o que pensa sobre as denúncias de tentativa de golpe envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sobre suas raízes mineiras (assistam no Canal de O TEMPO no Youtube, na segunda (10), às 9h.

“Já estou em Brasília há muitos anos, mas nunca perdi contato com Minas Gerais. Meus pais são mineiros: meu pai é da Zona da Mata, minha mãe é do Sul de Minas, de Caxambu, e eu nasci em Belo Horizonte. Tenho família em Belo Horizonte e também no interior, mas mais em BH”, contou a ministra, ao se lembrar também do Clube da Esquina.

“A minha trajetória em BH foi uma trajetória cheia de boas lembranças, cheia de memórias felizes, do Clube da Esquina, que eu acompanhei sentada nos muros do Sacré-Couer, onde eu estudei. Então, eu realmente tenho um apreço muito grande por Minas Gerais”, afirmou. 

A ministra afirmou que “sufragistas morreram para que hoje eu pudesse me sentar nessa cadeira” e destacou a importância de ter uma mulher no cargo.

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