Preço do combustíveis afeta caminhoneiros e faz com que produtores rurais revisem gastos em Goiás

Em alta, o diesel tem impactado negativamente caminhoneiros e produtores rurais nas cinco regiões do Brasil. No Centro-Oeste, mais precisamente em Goiás, o litro do combustível fóssil é comercializado, em média, a R$ 6,33, de acordo com divulgado pela Petrobras.  

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O valor é 41,6% maior do que o registrado em 2022 – cujo preço girava em torno de R$ 4,47. O aumento de R$ 1,86 por litro pesou no bolso do caminhoneiro Wellington Maia de Souza, de 39 anos. Há 17 anos sob o controle de veículos pesados, o condutor gasta cerca de R$ 13 mil mensais apenas com diesel – montante 30% superior ao que gastava há pouco três anos. 

“Teve um breve período pós-pandemia que o diesel tinha passado dos R$ 6, mas não durou muito tempo. Há dois, três anos atrás, gastava uma média de R$ 8 a R$ 10 mil mensais”, afirmou ao Jornal Opção.

Há 15 anos transportando cimento em sacas e derivados, Wellington costuma rodar, no máximo, 200 quilômetros por entrega. Ele diz que o acréscimo no valor do óleo diesel – que não possui o mesmo reflexo no preço do frete – tem afetado diretamente o bem estar da família. 

O fato se deve a dificuldade de fechar as contas mensais, já que o ganho líquido é cada vez mais escasso devido a fatia destinada ao abastecimento. Buscando maior lucratividade, o caminhoneiro tem desempenhado o papel de mecânico do próprio veículo. 

“Tento economizar de algumas formas, como viajar mais na madrugada com menos trânsito e clima mais fresco. Também faço a manutenção básica em casa, evitando mão de obra, e adoto a condução mais econômica,  menos agressiva, a fim de economizar combustível,  pneus e desgastes da máquina”, pontuou. 

Combustível afeta o campo 

Se nas estradas não está fácil, no campo também não. Intimamente ligados, o transporte e o agronegócio são algumas das áreas mais afetadas pela alta do combustíveis. O agro, em especial a agricultura, sofre com o alto custo de produção, visto que é necessário o uso de máquinas movidas a diesel em todos os processos, desde o preparo do solo, a semeadura, colheita e, por fim, a logística de armazenamento e transporte. 

“Há um aumento direto no custo de produção, assim como no preço dos fretes. Os fertilizantes, defensivos, sementes tem um frete, então, consequentemente, também vai ter um aumento de valores no preço dos insumos”, explica Leonardo Machado, gerente-técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).

O frete, impulsionado pelo preço do diesel, também reduz o valor de venda do produto, de acordo com Leonardo. Segundo ele, o transporte é descontado diretamente na venda do produto. Ou seja, se há aumento no frete, os grãos e cereais, por exemplo, perdem valor comercial.

O cenário também encarece o alimento que chega às mesas das famílias – principalmente a cesta básica, frutas e verduras -, devido ao repasse realizado pelo mercado. Mesmo podendo afetar o poder de compra, o gerente-técnico diz que a produção rural não deve sofrer quedas.

“O produtor tem muitas poucas saídas, mas uma das principais é ter maior cálculo do seu custo de produção, como ver onde está sendo gasto mais, onde está sendo gasto menos, onde pode ou não economizar. Isso é uma coisa que o produtor tem feito quando há rendas mais mitigadas, igual nessa safra”, concluiu.

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