Mais profissionais com nível superior no ES

Amanda Oliveira, 26 anos, e Antônio Delboni, 22, são estudantes da Faesa.

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Fábio Nunes/AT

Duas décadas atrás apenas 5,6% da população capixaba tinha ensino superior completo. Os dados do Censo Demográfico 2022 mostram que esse número triplicou. São 18,2% das pessoas com 25 anos ou mais.Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para especialistas, a educação à distância e as políticas públicas são indicados como principais motivos.Superintendente do IBGE no Espírito Santo, Max Athayde Fraga explica que esse aumento é fruto de políticas públicas.“O percentual da população com ensino superior completo mais do que triplicou. Mas esse aumento não acontece da noite para o dia. Ele é resultado de políticas públicas implementadas para valorização do estudo”, diz.Em 2000, a maioria das pessoas com 25 anos ou mais (63,3%) tinha no máximo o ensino fundamental incompleto, enquanto em 2022 esse percentual caiu para 35%.“Há aumento em outras áreas também. A tendência é que isso continue. A educação impacta diretamente na renda dos trabalhadores e, consequentemente, em suas vidas”, completa.Professora do Centro de Educação da Ufes, Cleonara Maria Schwartz explica que o aumento no ensino superior é resultado de dois fatores: políticas afirmativas e ensino a distância (EAD).“O fato de ter tido esse aumento significa que houve mais oportunidade de acesso ao ensino superior a essa faixa etária. Essa maior oportunidade veio do EAD. Isso oportunizou conciliar o trabalho com o tempo de estudo dando mais comodidade”.Ela explica que a pandemia de covid-19 obrigou as pessoas a conviver com a mediação da tecnologia, abandonando a desconfiança com o ensino on-line.“O outro aspecto são as políticas afirmativas e de financiamento ao ensino superior. O fato de ter triplicado significa que houve possibilidades maiores de acesso do que havia antes”, afirma a professora.DisparidadeApesar de haver motivos para comemorar, a especialista em educação ressalta que é preciso ter cuidado, principalmente, com a disparidade em função de desigualdades raciais.“Houve um aumento da população preta e parda no ensino superior. Mas ainda não é o suficiente para fazermos uma política de retratação”.Das pessoas acima de 25 anos com ensino superior completo 56,74% são brancas. Pretos e pardos correspondem a 42,8%. O restante são amarelos e indígenas.Saiba mais Censo Demográfico 2022 do IBGEOs dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. São levantados de modo preliminar a partir do questionário da amostra do Censo. Os números, conforme o IBGE, ainda estão sujeitos a pequenos ajustes, mas não deve haver grandes mudanças no cenário já revelado.Estado9 anos é o número médio de estudo no Espírito Santo.98,9% é a taxa de frequência escolar.Alfabetização94,38% dos capixabas são alfabetizados. É o 9º estado no ranking.O menor grupo etário alfabetizado é o de pessoas com 80 anos ou mais (70,2%).Nível de instrução (18 anos ou mais de idade)32,3% não tem instrução ou fundamental incompleta.15,49% tem fundamental completo e médio incompleto.33,78% tem ensino médio completo ou superior incompleto.16,71% tem superior completo.Comparação (25 anos ou mais)18,2% da população com 25 anos ou mais no Estado tem diploma de curso superior. Em 2000, esse número era de 5,6%.35% das pessoas com 25 anos ou mais tem, no máximo, o ensino fundamental incompleto. Em 2000 esse número era de 63,3%.

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