Donald Trump ou João Bafo de Onça?

Por Edson Barbosa*

João Bafo de Onça é um criminoso criado por Walt Disney. Ele é um gato abjeto e fedorento, arqui-inimigo do rato Mickey, ladrão safado e vilão tanto de Mickey quanto de Pato Donald e Tio Patinhas. Ao lado do Mancha Negra, dos Irmãos Metralha e de outros, eles são a escória de Patópolis. Bafo é casado com Tudinha e seu parceiro na pilantragem é o Escovinha.

Acho que se estivesse por aqui, Walt Disney certamente acusaria Donald Trump de plágio. É impressionante como Trump e seus lunáticos se parecem com Bafo de Onça. Isso seria cômico, se não fosse trágico, até porque não é ficção de história em quadrinhos, mas uma realidade de vida e morte. Trump está mais para Nero, que tocou fogo em Roma, do que para João Bafo de Onça.

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O mau cheiro das bravatas das taxações alfandegárias, da anexação do Canadá, compra da Groenlândia, mudança do nome do Golfo do México, invasão do Canal do Panamá, tudo isso é horrível, chato, terrorismo psicológico; não vai para frente. Bazófia.

Odioso mesmo é o que está fazendo com a deportação em massa de trabalhadores, crianças, homens e mulheres imigrantes nos Estados Unidos, uma tragédia incalculável na vida das pessoas e do mercado interno americano; desumano e irresponsável na forma indiscriminada como está sendo executado.

Concretamente ameaçador é a aliança de guerra que faz com Benjamin Netanyahu para produzir a limpeza étnica dos palestinos e o patrocínio da Ucrânia na guerra com a Rússia em troca do controle das terras raras ucranianas, com potencial de escalada sem limites do conflito na Europa.

Mas creio que a loucura tem limites. Não se pode menosprezar o fato de que Trump teve 77.302.580 votos nas eleições americanas em 2024. Kamala Harris recebeu os votos de 75.017.613 eleitores. Ou seja, uma vitória, no total de votantes, de só 1,3%. Os Estados Unidos são de fato um país rachado ao meio.

Porém, na incompreensível metodologia eleitoral americana, o presidente é eleito por um colégio de delegados eleitorais, onde Trump obteve 312 votos, contra 226 de Kamala.

Essa “jabuticaba” americana confere os poderes constitucionais conhecidos ao atual executivo de Patópolis. Mas não acredito que a sanha trumpista seja capaz de tocar fogo nos EUA e promover uma outra guerra civil por lá. A metade da população americana não tardará a reagir fortemente diante da tragédia que Trump anuncia. É o que a maioria do mundo espera.

*Jornalista e publicitário. É consultor em comunicação de interesse público, nos segmentos institucional, corporativo e político. Coordena e desenvolve projetos no Brasil e América Latina.

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