Tupy (TUPY3): Para analista, segundo semestre de 2025 deve marcar virada da empresa, com R$ 800 milhões em novas receitas

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O analista de Renda Variável, Pedro Resende, da Trígono Capital, aponta ao Money Times suas perspectivas sobre a Tupy (TUPY3) em 2025 (Imagem: Divulgação/ Tupy)

Depois de acumular perdas em outubro e novembro, a ação da metalúrgica Tupy (TUPY3) recuperou parte de seu valor em dezembro, com uma alta de 15,6%. E segundo analista que acompanha de perto da companhia, o ano de 2025 pode ser bastante positivo para a companhia, especialmente no segundo semestre, quando R$ 800 milhões em novas receitas devem entrar no caixa.

Pedro Resende, analista de renda variável da Trígono Capital, afirmou em entrevista ao Money Times que a recuperação foi impulsionada por dois eventos importantes: o aumento do programa de recompra de ações, de 4 milhões para 14 milhões, e o anúncio de JCP de R$ 190 milhões (yield de 6%).

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Com cerca de 70% de suas receitas dolarizadas, a Tupy se beneficia da recente valorização do dólar, que melhora suas margens operacionais, já que os custos são, em sua maioria, em reais. A empresa também tem avançado no segmento de descarbonização, com iniciativas como a produção de biometano e biogás, transformação veicular para reduzir emissões, e expansão no mercado de peças de reposição.

Impactos do novo governo americano

Segundo a carta de Desempenho Mensal dos Fundos da Trígono Capital, a expectativa é de que novos contratos sejam anunciados em 2025. A Tupy pode se beneficiar dos investimentos em infraestrutura e energia nos Estados Unidos, um mercado crucial para a empresa — responsável por cerca de 50% de suas receitas.

Os analistas acreditam que a Tupy terá oportunidades com as novas políticas do governo americano, que incluem desregulação, cortes de impostos e investimentos em infraestrutura — especialmente no setor de óleo e gás.

Para Resende, esses investimentos devem impulsionar a demanda por produtos da Tupy, como motores e geradores utilizados por indústrias americanas, como a de caminhões e máquinas.

“Acho que o mercado não entendeu todo esse contexto no qual companhia se insere”, diz. “O movimento das eleições trouxe um pouco de ruído, principalmente em outubro e novembro. Em dezembro teve uma recuperação”, complementa.

Além disso, a crescente demanda por inteligência artificial (IA) também impulsiona a necessidade de data centers, “um mercado que exige geradores e outros componentes em que a Tupy tem participação”.

Outro movimento da Tupy que pode criar valor para a ação, segundo os analistas, são as aquisições feitas nos últimos anos. A compra da Techseed, com plantas em Betim e Portugal, foi importante para consolidar participação no mercado de blocos e cabeçotes.

Já a compra da MWM, fabricante de motores, trouxe novas oportunidades de crescimento, especialmente com o foco em biocombustíveis e descarbonização.

Desafios no curto prazo e perspectivas para 2025

Embora a Tupy esteja bem posicionada para um crescimento no longo prazo, o cenário imediato traz desafios, especialmente relacionados à queda de volumes, principalmente nos Estados Unidos.

Resende pondera que a empresa já prevê que os volumes de vendas podem decepcionar um pouco no curto prazo. Mas ele afirma também que a Tupy está preparada para mitigar os impactos, com ganhos de margem e melhoria na eficiência operacional.

“Há uma perspectiva positiva, principalmente a partir do segundo semestre de 2025. Atualmente, existe uma dificuldade maior com volumes vindo dos Estados Unidos”, diz.

Neste ano, os novos contratos que entrarão em vigor e podem agregar cerca de R$ 800 milhões anuais em receitas adicionais.

“A expectativa é que, a partir do segundo semestre de 2025, o mercado experimente uma retomada no volume de negócios, trazendo um impulso aos resultados da empresa”, afirma.

O balanço de resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24) da Tupy, será divulgado no próximo mês, 27 de março.

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