Por que os preços do suínos arrancaram no começo de fevereiro?

De acordo com especialista em carnes, essas altas estão sendo repassadas ao consumidor desde o fim do ano passado. (iStock.com/Odairson Antonello)

Os preços dos suínos, em São Paulo, acumulam alta de 4,28% na parcial de fevereiro, até sexta-feira (9), com base no indicador do animal vivo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA Esalq/USP).

Esse aumento, segundo Fernando Iglesias, analista de proteína animal da Safras & Mercado, se dá por um quadro de exportações bem agressivas para as carnes.

“A perspectiva para essa temporada é de um recorde nas três proteínas que o Brasil exporta. Janeiro foi bem positivo, assim como fevereiro está sendo para os embarques. A oferta interna de carne suína fica bastante ajustada a demanda, mesmo num período em que a demanda é mais fraca, que é justamente esse primeiro bimestre do ano”, afirma.

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No mês de janeiro, as exportações brasileiras de carne suína totalizaram 106 mil toneladas, um avanço de 6,4% quando comparado com janeiro de 2024, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

A receita das exportações de carne suína chegou a US$ 238 milhões, avanço de 19,6% ao total obtido no mesmo período do ano passado, com US$ 199 milhões.

Iglesias ainda aponta que essas altas estão sendo repassadas ao consumidor desde o fim do ano passado. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a carne de poro registrou uma alta de 4,50% em dezembro e acumulou alta de 20,06% em 2024. Já todo o grupo de carnes teve avanços de 5,26% e 20,84%, respectivamente.

E o frango e a carne bovina?

O mercado de carne de frango está em um momento extremamente positivo para exportações, com o Brasil vendendo grandes volumes e se aproximando de um novo recorde de embarques. Na parcial do mês, o preço do frango congelado cresceu 1,94% em SP.

“Apesar do cenário favorável, é essencial evitar um aumento excessivo na produção por meio do alojamento de pintinhos de corte, pois isso representa um risco ao equilíbrio do mercado”, destaca.

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No mercado do boi, que segue estável (+ 0,05%) em fevereiro em termos de preços, há um momento de acomodação em diversas praças pecuárias. “Em São Paulo, os frigoríficos estão tentando reduzir os preços, buscando comprar a valores menores, em um movimento alinhado à pressão exercida pela B3, ainda que as escalas de abate não estejam tão confortáveis”, vê.

De modo geral, Iglesias reforça que o setor de carnes conta com um ritmo excelente de exportação, beneficiado pela taxa de câmbio favorável, o que reforça a priorização do mercado externo na economia brasileira em 2025.