Donald Trump assina decreto para cortar financiamento à África do Sul

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O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o corte de financiamento à capital africana de olho na política fundiária do país e denúncia à Corte Internacional de Justiça contra Israel (Imagem: REUTERS/Brendan Mcdermid)

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, assinou uma decreto para cortar a assistência financeira à África do Sul na última sexta-feira (7).

A Casa Branca disse que o país desaprova a a política fundiária da nação africana. O governo norte-americano também formulará um plano para reassentar os agricultores sul-africanos e suas famílias como refugiados.

A sede do governo afirmou que as autoridades norte-americanas tomarão medidas para priorizar a ajuda humanitária, incluindo a admissão e o reassentamento por meio do Programa de Admissão de Refugiados dos Estados Unidos para os afrikaners na África do Sul, que são, em sua maioria, descendentes brancos dos primeiros colonizadores holandeses e franceses.

Trump disse, sem citar evidências, que “a África do Sul está confiscando terras” e que “certas classes de pessoas” foram tratadas “muito mal”. O bilionário Elon Musk, natural da África do Sul, mas naturalizado norte-americano, que é próximo de Trump, disse que os sul-africanos brancos foram vítimas de “leis racistas de propriedade”.

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que sancionou um projeto de lei no mês passado com o objetivo de facilitar a desapropriação de terras pelo Estado para fins de interesse público, defendeu a política.

Ele disse que o governo não havia confiscado nenhuma terra e que a política tinha como objetivo eliminar as disparidades raciais na propriedade de terras. Ramaphosa disse que a África do Sul “não será intimidada”.

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O que prevê o decreto de Trump

O decreto assinado por Trump tratará de questões de direitos humanos na nação africana, disse a Casa Branca. O presidente já havia ameaçado cortar o financiamento para a África do Sul logo após assumir o cargo.

A questão da propriedade da terra é altamente carregada politicamente na África do Sul, devido ao legado das eras colonial e do apartheid, quando os negros foram despojados de suas terras e tiveram seus direitos de propriedade negados.

Os proprietários de terras brancos ainda possuem três quartos das terras agrícolas da África do Sul. Isso contrasta com os 4% de propriedade dos negros, que representam 80% da população, em comparação com cerca de 8% dos brancos, de acordo com a última auditoria fundiária de 2017.

Retaliação dos EUA?

Os Estados Unidos também têm se queixado do caso apresentado pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça, em que acusou Israel de genocídio por causa do ataque militar israelense a Gaza, que matou dezenas de milhares de pessoas e causou uma crise humanitária.

Israel nega as alegações e diz que agiu em legítima defesa após um ataque mortal de militantes palestinos do Hamas em 7 de outubro de 2023.

A Casa Branca citou esse caso como um exemplo da África do Sul tomando posições contra Washington e seus aliados.

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*Com informações de Reuters

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