O AI-3 acabou com as eleições diretas para governador

Em seu discurso de posse, logo após o golpe de 1964, o presidente Castelo Branco já falava na sua sucessão: “Meu procedimento será o de um chefe de estado sem tergiversações, no processo para a eleição de um brasileiro a quem entregarei o cargo em 31 de janeiro de 1966”. De acordo com as regras eleitorais daquela época, esse brasileiro deveria ser eleito pelo povo em outubro de 1965. Muitos apoiaram Castelo por conta da promessa de que a intervenção militar que depôs João Goulart seria breve e garantiria as eleições presidenciais já agendadas.

As promessas foram descumpridas. Castelo Branco teve seu mandato prorrogado e não tivemos eleições presidenciais em 1965. O brasileiro que receberia o cargo não teve nenhum voto popular. Por causa do Ato Institucional número 3, publicado em 5 de fevereiro de 1966, as eleições estaduais passariam a ser indiretas, por meio do Colégio Eleitoral. Os prefeitos das capitais seriam nomeados pelo Governador.

No começo de 1966, os partidos políticos tradicionais foram extintos e criados dois: ARENA (governista) e MDB (oposição). As lideranças civis que representariam o povo nas eleições presidenciais prometidas em 1965 ou estavam cassadas, ou exiladas ou já não apitavam nada na política. O 31 de janeiro de 1966 prometido por Castelo Branco era apenas mais uma data no calendário.

  • Leia também: A falta que Paulo Francis nos faz

O post O AI-3 acabou com as eleições diretas para governador apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.