Se alguns acham o resultado do Itaú “boring”, Milton Maluhy Filho quer manter o que está dando certo

Num ano que promete ser desafiador para o setor bancário, em que juros e inflação em alta fazem com que as instituições preguem cautela, o Itaú Unibanco se compromete a continuar apresentando resultados sólidos para seus analistas e investidores, sem qualquer sobressalto ou surpresas.

Neste sentido, o banco pretende manter a estratégia dos últimos anos, focado em clientes mais resilientes a cenários de estresse e em produtos com garantia, para manter os atrasos nas mínimas históricas e a inadimplência sob controle, como foi visto no ano passado, quando o Itaú teve um lucro de R$ 41,4 bilhões, alta de 18,2%.

“A falta de volatilidade nos resultados, que alguns classificam como boring, como vi em alguns relatórios, é o que a gente procura fazer ”, afirmou Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, na quinta-feira, 6 de fevereiro, em entrevista coletiva para tratar dos resultados do quarto trimestre e do acumulado de 2024. “É o que eu sempre trago, de nós termos resultados consistentes e sustentáveis.”

Essa filosofia pôde ser vista no guidance para a carteira de crédito total prevista para 2025, considerada por alguns analistas como conservador por alguns analistas. Para este ano, o Itaú projeta um crescimento entre 4,5% e 8,5% neste ano, abaixo dos 15,5% apurados em 2024 (ou 10,2% quando excluídos os efeitos do câmbio).

Sobre este tema, Maluhy afirmou que o guidance foi formatado levando em conta “a melhor informação disponível no momento”, considerando as projeções dos economistas da casa para o ano, com a Selic fechando o ano em 15,75% ao ano, IPCA em 5,8% e PIB crescendo 2,2%. Mas a projeção representa uma “faixa, e não um ponto” de chegada para os resultados.

Ele destacou que, apesar da situação prevista para a economia, o Itaú o guidance pressupõe um resultado forte para 2025, com rentabilidade alta, acima de 20%. E que o banco está preparado para se ajustar rapidamente a qualquer mudança de cenário, seja ele positivo ou negativo, lembrando que o resultado realizado em 2024 não é o mesmo que o projetado para o início daquele ano.

“Estamos prontos para reagir, seja pela posição de capital ou capacidade de execução, principalmente porque fizemos uma modernização muito forte nos últimos anos, então a gente não fica esperando passar dois, três meses, para ir para um lado ou outro”, afirmou. “O banco nunca esteve tão bem para entrar num cenário, qualquer que seja.”

Mesmo com um cenário mais complexo, o Itaú vê a possibilidade de continuar realizando pagamentos adicionais aos investidores pelo terceiro ano seguido. Junto com os resultados do quarto trimestre e do acumulado de 2024, o banco anunciou um pagamento adicional de R$ 18 bilhões aos acionistas, entre recompras de ações, cancelamento de papéis, dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), diante do índice de capital de 13,7%.

“Tudo mais constante do que vemos hoje, sem nenhuma mudança ao longo do ano, devemos voltar a fazer mais uma distribuição adicional”, afirmou Maluhy. “Nosso objetivo não é reter excesso de capital.”

O Itaú fechou o quarto trimestre com um lucro recorrente de R$ 10,9 bilhões, alta de 15,8% em relação ao mesmo período de 2023. O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido (ROE) médio anualizado foi de 22,2%, crescimento 1,2 ponto percentual na comparação com o ano anterior.

A carteira de crédito totalizou R$ 1,3 trilhão no ano passado, aumento de 15,5%. A inadimplência acima de 90 dias atingiu 2,4%, queda de 0,2 ponto percentual em base trimestral e de 0,5 ponto percentual na anual.

A margem com clientes cresceu 8,3% no ano, para R$ 108 bilhões, e 3,7% no quarto trimestre, para R$ 28,5 bilhões. Já a margem financeira com o mercado cresceu 33%, para R$ 4,4 bilhões.

Por volta das 11h20, as ações preferenciais do Itaú recuavam 0,82%, a R$ 33,83. Em 12 meses, os papéis acumulam queda de 2,76%, levando o valor de mercado a R$ 310,8 bilhões.

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