Dólar cai pela 12ª vez e tem maior sequência de perdas ante o real na história; moeda norte-americana fecha a R$ 5,77

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O dólar à vista fechou na maior sequência de quedas ante o real desde a criação da moeda brasileira em 1997 (Imagem: Getty Images)

O dólar à vista (USDBRL) manteve o ritmo de perdas ante o real pela 12ª sessão consecutiva em um dia movimentado no Brasil e no exterior. Essa é a maior sequência de queda da divisa desde a criação do real, em 1997. 

A reação à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), as políticas tarifárias do governo Trump e dados mais fracos nos Estados Unidos repercutiram sobre o câmbio.

Nesta terça-feira (4), a moeda norte-americana encerrou a R$ 5,7724 (-1,75%). Durante a sessão, a divisa atingiu mínima a R$ 5,7573 — no menor nível desde novembro do ano passado.

O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. No mesmo horário, o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, recuava -0,96%, aos 107.944 pontos.

Até agora, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 6,60% sobre o real.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, a reação à ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) foi o destaque do dia.

O documento sobre a decisão de elevar a Selic para 13,25% e contratar mais uma alta nos juros em março afirmou que “é necessária cautela e parcimônia na análise recente dos dados de atividade econômica” e que a “desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida”.

Na avaliação dos economistas, a ata veio com um tom mais ‘hawkish‘ (agressiva) que o comunicado da decisão do Copom. Logo após a divulgação da ata pelo Banco Central, a curva de juros passou a precificar uma Selic próxima a 16% no fim de 2025.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a queda recente do dólar “ajuda muito” no combate à inflação, em entrevista a jornalistas.

“O dólar estava R$ 6,10 e está R$ 5,80, isso já ajuda muito. Com a ação do Banco Central e a ação do Ministério da Fazenda, essas variáveis macroeconômicas se acomodam em outro patamar e isso certamente vai favorecer”, disse o ministro.

Mas o que pesou contra o dólar foi, de fato, o exterior. Depois dos acordos de pausa temporária das tarifas com o México e o Canadá, o mercado ficou na expectativa de uma negociação dos Estados Unidos com a China — que também foi alvo de tarifas no último final de semana.

O país governado por Trump impôs uma taxa de 10% sobre os produtos chineses. Hoje (4), em contrapartida, a China anunciou uma taxa de 15% sobre o setor energético, o que inclui carvão, gás natural; e uma alíquota de 10% sobre o petróleo bruto, maquinário agrícola, veículos de grande cilindrada e caminhonetes fabricados nos EUA. Por enquanto, as medidas devem entrar em vigor em 10 de fevereiro. 

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Os dados de atividade econômica dos Estados Unidos mais fracos também repercutiram. As vagas de emprego em aberto no país, segundo o relatório Jolts, caíram de forma acentuada em dezembro e ficaram abaixo das expectativas do mercado.

Os investidores aguardam ainda o relatório ADP, sobre a criação de vagas no setor privado, e o relatório payroll de janeiro — considerado o dado mais importante  sobre o mercado de trabalho norte-americano, que será divulgado na próxima sexta-feira (7).

Após os dados, os agentes financeiros ampliaram a aposta de corte acumulado de 50 pontos-base nos juros dos EUA pelo Federal Reserve — o que levaria os juros à faixa de 3,75% a 4,00% no final de 2025. Para a próxima reunião, em março, a probabilidade de manutenção dos juros no intervalo atual de 4,25% a 4,50% seguem majoritárias, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group.

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