Os Gêmeos levam cenas de São Paulo para megaexposição em museu de Washington

Washington – Um dos principais museus da capital dos Estados Unidos foi tomado pelo universo da dupla Os Gêmeos. O local recebe uma ampla mostra com mais de mil trabalhos da produção dos dois, que parte do grafite e avança para quadros, esculturas, instalações e música.

A exposição, chamada Os Gêmeos: Endless Story, ocupa quase um andar inteiro do museu Hirhshorn, no National Mall, área central de Washington, próxima ao Congresso. O museu, que tem formato circular, completou 50 anos em 2024, é dedicado à arte contemporânea e faz parte da rede nacional de museus dos Estados Unidos, administrada pelo instituto Smithsonian.

“Esta é provavelmente a instalação mais ambiciosa que o museu fez na memória recente, e talvez em seus 50 anos”, disse Kate Gibbs, diretora de comunicação do Hirhshorn. Ela acompanhou a EXAME em uma visita pela mostra, na semana passada. “Eles criaram um mundo próprio, e estão convidando a todos para entrar.”

Este mundo reúne referências do hip-hop, break dancing, grafite, natureza, sonhos, ficção científica, entre outras referências. Esse universo é muito colorido e povoado por seres com cabeças grandes, no qual as figuras masculinas geralmente têm olhos pequenos e as mulheres, olhos grandes.

A trajetória de Os Gêmeos

Os Gêmeos é o nome artístico da dupla Otávio e Gustavo Pandolfo. Nascidos em 1974, eles desenhavam muito, desde crianças, e se tornaram artistas que trabalham com várias linguagens e formatos. A dupla começou a fazer grafites em São Paulo na década de 1990, e depois levaram seus trabalhos a vários países.

A exposição traz trabalhos deles de todas as suas fases, desde desenhos feitos quando eram crianças, que foram guardados pela mãe deles. Quando jovens, eles customizaram roupas, também com a ajuda da mãe, que era costureira, e foram levando seu trabalho a muitos lugares: os muros de São Paulo, os trens do metrô e da CPTM, as ruas de Nova York, um avião da Gol. A lista é enorme.

Além dos grafites, eles produziram diversos quadros, em que seus personagens aparecem. São figuras humanas nas cores amarela ou marrom, quase sempre em fundos coloridos. Alguns quadros possuem mais elementos além da tinta, como luzes e mecanismos dentro das molduras que interagem com os desenhos. Há, ainda, obras em crochê e outros tipos de tecido. Uma miniatura de um trem da Alemanha foi grafitada. Ao lado, foi colocada uma grade, com um rasgo, lembrando os tempos em que eles invadiam pátios para fazer desenhos nos vagões.

Em um dos ambientes mais impactantes da mostra, foi montado um quarto cenográfico, onde uma enorme lua dorme, deitada na cama. Já em outro, várias caixas de sons, de formatos variados  inclusive de um trem da CPTM soltam mixagens feitas pela dupla, em uma melodia agradável. Em uma janela do museu, que integra a exposição, desenhos foram colocados no vidro, para simular uma chegada dos personagens, como se fossem extraterrestres, ao skyline de Washington.

A mostra fica em cartaz até 3 de agosto. A entrada é gratuita, mediante reserva de ingressos pelo site do museu.

*O repórter viajou a convite da Discover DC. 

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