Governo vai monitorar preços dos alimentos, mas descarta intervenção

Os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disseram nesta quinta-feira, 30, que o governo realizará um monitoramento contínuo dos preços dos produtos agropecuários, tanto no Brasil quanto no exterior.

O objetivo, segundo eles, é avaliar o cenário de oferta e demanda e definir possíveis medidas para conter a inflação dos alimentos.

“Acompanharemos o que está acontecendo no mundo dos alimentos, as perspectivas, o que apresenta alguma carência, para que isso, então, possa ser desdobrado por técnicos em ações, como o planejamento no Plano Safra”, afirmou Fávaro em coletiva à imprensa.

Nenhuma medida tributária para taxar a exportação ou desonerar a importação de alimentos está em avaliação, garantiu Fávaro. “Não há medidas; a reunião não tratou de medidas, e sim de monitoramento”, afirmou.

Ele acrescentou que não há um prazo determinado para esse acompanhamento, que será feito diariamente, a fim de manter um cenário atualizado da oferta e demanda de alimentos no país.

Segundo Teixeira, serão realizadas reuniões semanais e regulares para o acompanhamento dos preços da produção e da cesta básica. O ministro esclareceu que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não adotará medidas heterodoxas.

“Nossa preocupação é como aumentar a produção de alimentos, considerando o crescimento do consumo no Brasil e no mundo. O Brasil não só atende ao seu mercado interno, que está aquecido, como também ao mercado mundial”, afirmou Teixeira.

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, afirmou que a proposta de criação da rede popular de abastecimento, que visa garantir alimentos a preços mais baixos para a população de baixa renda, não está em discussão no momento.

Plano Safra 2025/26

Fávaro também destacou que o governo já solicitou que seu ministério inicie o desenho do Plano Safra 2025/26, que geralmente é divulgado no início de junho, quando começa o novo ano-safra.

Segundo o ministro, a taxa Selic é uma preocupação para o governo, pois juros mais altos tendem a encarecer o crédito subsidiado oferecido aos produtores. Na terça-feira, 29, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou em 1 ponto percentual a Selic, para 13,25% ao ano.

“Foi uma determinação do presidente Lula para construirmos um novo Plano Safra, voltado tanto para a agricultura de médios e grandes produtores, mas, principalmente, para pequenos produtores. Vamos estudar medidas e trabalhar para que eles tenham um plano de ação mais efetivo”, afirmou Fávaro.

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