Deflação no radar: IPCA-15 deve desacelerar significativamente em janeiro, com alívio na energia elétrica

inflação IPCA-15

(Imagem: Gadini/Pixabay)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de janeiro de 2025 deve desacelerar significativamente em relação à última leitura. O dado será divulgado na sexta-feira (24), às 09h (horário de Brasília).

A expectativa é de que a prévia da inflação caia 0,01% este mês e desacelere para 4,36% no acumulado de 12 meses, segundo a mediana do Broadcast. Em dezembro, o índice subiu 0,34% e fechou 2024 com variação de 4,71%.

Os itens que mais devem contribuir para esse movimento são a passagem aérea e a energia elétrica.

Nas projeções da Warren Investimentos — que vê uma queda mensal de 0,2% — a passagem deve recuar 8%, enquanto a energia pode arrefecer 15,25%. O item cigarro, do grupo de despesas pessoais, também deve estar entre os destaques da ponta baixista, com variação de -0,15%.

O maior destaque, no entanto, fica com a energia elétrica, que deve contribuir com -40 pontos base para o número fechado do mês. “Esse efeito é decorrente da incidência do desconto do bônus de Itaipu, lembrando que a variação deste item se repete no IPCA de janeiro”, diz a estrategista Andréa Angelo.

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Do lado altista, os riscos estão nos grupos de alimentos no domicílio, artigos de residência e saúde e cuidados pessoais. “No primeiro, podemos destacar subgrupos de tubérculos, raízes e legumes e frutas. Em relação ao segundo, os aparelhos eletroeletrônicos devem liderar o movimento de alta, que pode ser entendido como um resíduo da volta da queda de preços da Black Friday de 2024. Por fim, dentro do terceiro grupo, o item perfume, de higiene pessoal, e os produtos farmacêuticos devem ser os destaques”.

Além disso, a gasolina deve contribuir para cima, com alta de 0,75% em janeiro.

Na parte qualitativa, os serviços subjacentes devem desacelerar em relação ao IPCA-15 de dezembro, saindo de 0,71% para 0,62%, devido aos itens de cinema, cabeleireiro e barbeiro, aluguel residencial e seguro voluntário de veículo.

Já os serviços intensivos em trabalho devem permanecer praticamente estáveis — de 0,56% para 0,55%.

A análise é de que o IPCA-15 siga com pressão altista dos alimentos e composição ruim dos serviços. O alívio em energia pelo bônus de Itaipu não deve mudar o cenário, sobretudo pelo efeito temporário.

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