Área queimada no Brasil cresce 79% em 2024, aponta MapBiomas

O MapBiomas divulgou, nesta quarta-feira (22), dados do Monitor do Fogo que revelam um aumento de 79% das áreas afetadas pelas queimadas em 2024 em relação ao ano anterior. De acordo com a rede colaborativa, formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia, foram mais de 30,8 milhões de hectares devastados por queimadas, uma área maior do que a Itália.

Conforme a rede, o aumento em 2024 acrescentou 13,6 milhões de hectares queimados, o maior registro desde 2019 feito pelo Monitor.

Outro dado alarmante trazido pelo estudo mostra que 73% dos 13,6 milhões de hectares queimados eram vegetação nativa, sendo 25% em formações florestais (geralmente menos atingidas).

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Segundo pesquisadores da rede, este aumento de áreas queimadas é associado ao longo período de seca ocasionado pelo fenômeno climático “El Niño”.

Entre os biomas mais afetados está a Amazônia, com 17,9 milhões de hectares, o que corresponde a 58% de toda a área atingida. Somente esta devastação é maior do que todo o registro de queimadas no bioma em seis anos acumulados.

Os responsáveis pelo Monitor do Fogo lembram que essa situação na Amazônia é agravada pelo baixo regime de chuvas e por ações humanas, uma vez que não é comum, como é em outros biomas, o fogo enquanto fenômeno natural.

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Para dar conta desse desafio, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, marcou para 13 de março uma audiência para que o governo federal indique as medidas para o plano emergencial do de prevenção a incêndios florestais na Amazônia e Pantanal, quando representantes dos estados em que os biomas atingem deverão estar presentes.

Dino destaca na decisão a necessidade mais analistas de meio ambiente, assim como a prioridade na finalização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) nos biomas para maior controle, monitoramento e planejamento ambiental.

Biomas, estados e municípios

Nos outros biomas a situação também preocupa. No Cerrado foram atingidos pelo fogo 9,7 milhões de hectares; no Pantanal 1,9 milhão de hectares, aumento de 64% em comparação com a média dos últimos seis anos; na Mata Atlântica as queimadas atingiram 1 milhão hectares, com 70% da área localizada em agropecuárias.

Já no Pampa o fogo devastou 3,4 mil hectares, considerado o menor valor em seis anos e na Caatinga foram 330 mil hectares em 2024, diminuição de 47% frente ao ano de 2023.

Entre os estados, o Pará teve a maior área afetada em 2024, um total de 7,3 milhões de hectares, o que significa 24% das áreas queimadas. Na ordem vem Mato Grosso com 6,8 milhões e Tocantins com 2,7 milhões de hectares.

Já os munícios mais prejudicados pelo fogo foram São Félix do Xingu (PA) e Corumbá (MS), com 1,47 milhão de hectares e 841 mil hectares queimados.

Confira o estudo do Monitor do Fogo abaixo:

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