Vídeo de Nikolas Ferreira gera 5,3 milhões de menções; 88% das pessoas souberam sobre o debate do pix

Em janeiro de 2025, o governo federal colocou em prática a Instrução Normativa RFB 2219, também conhecida como “monitoramento do pix”. A medida gerou discussões quando, no dia 6 de janeiro, o senador Cleitinho (PL) publicou um vídeo sugerindo a criação de um “imposto do pix”.

Esse conteúdo se espalhou rapidamente, levando, nos dias 7 e 8, à disseminação de uma série de fake news, que afirmavam que o governo estava instituindo uma taxação sobre as transações via pix.

Para desmentir essas informações falsas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgaram vídeos nos dias 9 e 10 de janeiro, esclarecendo que não havia qualquer imposto relacionado ao pix. Contudo, a polêmica persistiu.

No dia 14 de janeiro, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) publicou um novo vídeo sobre o tema, que rapidamente ganhou visibilidade e se espalhou além de sua base de seguidores. Esse vídeo impulsionou ainda mais o debate nas redes sociais.

Até 10 de janeiro, a discussão sobre a possível taxação do pix gerou mais de 5,3 milhões de menções nas plataformas digitais, o que levou o presidente Lula e o ministro Haddad a reforçarem seus esclarecimentos.

O CEO da Quaest, Felipe Nunes, comentou que a resposta do governo foi tardia, o que prejudicou a capacidade de controlar a narrativa no ambiente digital. “Timing é tudo para quem quer pautar o debate digital”, afirmou Nunes, destacando a importância de uma reação mais rápida e eficaz.

Uma pesquisa mostrou que 88% das pessoas tomaram conhecimento sobre o debate do pix, e 87% delas ouviram falar sobre a suposta criação de um imposto. Felipe Nunes ressaltou que as fake news, embora não mudem as opiniões das pessoas, têm o poder de reforçar crenças preexistentes. Segundo ele, essas informações funcionam mais como gatilhos, reafirmando os vieses de quem as recebe.

O vídeo de Nikolas Ferreira, postado em 14 de janeiro, teve um grande impacto nas redes sociais, alcançando mais de 22 milhões de perfis no dia 15 de janeiro. O número de visualizações foi superior ao de vídeos de grande repercussão, como o de Lionel Messi comemorando a vitória da Copa do Mundo de 2022, o de Fernanda Torres celebrando o Globo de Ouro e até o de Donald Trump comemorando sua vitória presidencial em 2024.

Pressionado pela reação negativa nas redes, o governo revogou a medida de monitoramento do pix no dia 15 de janeiro. No entanto, a revogação não ajudou a melhorar a imagem do governo, ao contrário, aumentou as críticas. Antes dessa decisão, 46% das menções sobre o governo eram favoráveis, enquanto 54% eram negativas.

Após a revogação, as menções favoráveis caíram para 14%, enquanto as críticas saltaram para 86%. Felipe Nunes analisou que a revogação da medida deu a impressão de que o governo estava cedendo às pressões da oposição, o que gerou uma reação ainda mais negativa nas redes sociais.

A maior parte da discussão sobre o tema aconteceu no Instagram, com 33% das menções registradas na plataforma, em grande parte devido ao vídeo de Nikolas Ferreira. Além disso, 21% das menções ocorreram no TikTok, 20% no X (antigo Twitter), 17% no YouTube e 9% no Facebook.

O caso exemplifica como o debate nas redes sociais pode ser influenciado por desinformação e como a velocidade da comunicação digital pode afetar a percepção pública sobre as ações do governo.

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