Presidente afastado da Coreia do Sul é preso após tentativa de golpe

O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi detido nesta quarta-feira (15), em Seul, sob acusações de insurreição após decretar lei marcial em dezembro. A operação de prisão enfrentou resistência de cerca de 6.500 apoiadores de Yoon, que formaram uma “corrente humana” em frente à residência presidencial, prolongando a ação por aproximadamente seis horas.

Em dezembro, Yoon decretou lei marcial, alegando necessidade de proteger o país de “forças comunistas norte-coreanas”. A medida, que restringia direitos civis e visava dissolver a Assembleia Nacional, foi revogada horas depois, após forte oposição parlamentar. Posteriormente, o Congresso aprovou o impeachment de Yoon, afastando-o do cargo enquanto a Suprema Corte analisa sua destituição definitiva.

Durante a operação, mais de 3.000 policiais foram mobilizados para cumprir o mandado de prisão. Apesar da resistência inicial da segurança presidencial, um acordo foi feito para permitir a entrada das autoridades na residência do ex-presidente. Yoon, em comunicado, chamou a prisão de “deplorável” e afirmou que se entregou para evitar um “derramamento de sangue”, mas manteve críticas à legalidade do processo.

Essa é a primeira vez na história do país que um presidente em exercício é preso. Yoon será interrogado pelo Escritório de Investigação de Corrupção para Autoridades de Alto Escalão (CIO) e poderá permanecer em custódia enquanto a Suprema Corte delibera sobre seu futuro político. A expectativa é que ele enfrente acusações formais ligadas ao uso das Forças Armadas para tentar impedir uma votação parlamentar.

Analistas apontam que a crise reflete a polarização política crescente no país. A declaração de lei marcial, uma medida extrema raramente utilizada desde os anos de ditadura militar, intensificou divisões entre a oposição e a base conservadora de Yoon. O episódio também levanta questionamentos sobre o papel das Forças Armadas na política, um tema delicado na Coreia do Sul devido ao histórico autoritário.

A comunidade internacional acompanha de perto os desdobramentos na Coreia do Sul, país estratégico na Ásia e tradicional aliado dos Estados Unidos. A tentativa de golpe e a subsequente prisão de Yoon podem impactar as relações geopolíticas na região, especialmente no contexto das tensões com a Coreia do Norte.

A Suprema Corte tem até 180 dias para decidir sobre a destituição definitiva de Yoon. Enquanto isso, o país é governado interinamente, enfrentando desafios para restaurar a estabilidade política e a confiança pública nas instituições democráticas.

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