Saiba por que PT escolheu Araraquara para ato do 8 de janeiro

Por Letícia Martins
Da CNN

O Partido dos Trabalhadores (PT) realizará um ato em memória aos dois anos dos ataques de 8 de janeiro em Araraquara, município do interior de São Paulo. A cidade escolhida pela sigla é onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava no dia em que a Praça dos Três Poderes foi invadida.

O evento é organizado pelo ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva (PT), que chefiou a cidade de 2021 a 2024.

Ato em Brasília
Na capital federal, o governo organiza um ato no Palácio do Planalto em memória à data. O evento contará com a presença de ministros e autoridades. No ano passado, o evento aconteceu no Palácio do Alvorada.

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Em janeiro de 2024, o ato foi denominado de “Democracia Inabalada”. A cerimônia solene contou com a presença dos chefes dos Três Poderes, ministros, governadores e convidados no Salão Negro do Congresso Nacional.

Na época, diferentes governadores e congressistas da oposição não participaram do evento.

Neste ano, Lula convocou os comandantes do Exército, general Tomás Paiva, da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, e da Marinha, almirante Marcos Olsen, para se juntar aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para a cerimônia.

Por que Araraquara?
No dia 8 de janeiro, o presidente Lula estava na cidade do interior de São Paulo para examinar danos causados pelas chuvas que atingiam a região. Ele estava acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva.

Em entrevista à CNN em janeiro de 2024, Lula destacou que estava em Araraquara para ver “a destruição de um córrego por causa de uma tempestade que tinha acontecido” e viu na televisão as invasões em Brasília.

“Aí eu fui avisando, porque tinha gente vendo televisão na prefeitura, que estavam invadindo os prédios. Aí eu fui para a sala de televisão e fiquei vendo a invasão aqui no Palácio (do Planalto), fiquei vendo a invasão, fiquei vendo as manifestações. Liguei para algumas pessoas aqui. Liguei para o Flávio Dino (ministro da Justiça na época). Outras pessoas me ligaram. E foi um momento de tensão. Ou seja, era uma coisa, eu diria… que eu não imaginei que poderia acontecer no Brasil novamente”, disse Lula.

Segundo o livro “Uma Cidade na Luta pela Vida, da Pandemia ao 8 de janeiro”, escrito por Edinho, ex-prefeito de Araraquara e cotado par substituir Gleisi Hoffmann no comando do PT neste ano, Lula queria embarcar imediatamente para a capital federal, mas foi convencido a improvisar uma espécie de gabinete de crise em Araraquara.

“Era típico de Lula liderar sem intermediários. Mas a reação de quem estava na sala foi com a mesma ênfase: ele não poderia ir para Brasília sem que a situação estivesse sob total controle”, escreveu Edinho no livro.

“Era um risco Lula tentar voltar, um risco real ele não conseguir sair do aeroporto, um risco ele ficar sitiado na base aérea, um risco os golpistas tentarem invadir o aeroporto.”

Da sede da Prefeitura de Araraquara, o mandatário então ordenou uma intervenção federal no Distrito Federal e, na noite daquele dia, tomou a decisão de retornar para Brasília e visitar a destruição no Palácio do Planalto, no Supremo Tribunal Federal e no Congresso Nacional.

O objetivo do evento na cidade de São Paulo é relembrar que as primeiras ordens do presidente foram dadas enquanto ele ainda estava visitando Araraquara.

Lula deve participar do evento em Araraquara por vídeoconferência, porque estará presente no ato de Brasília, segundo apuração de Julliana Lopes, da CNN.

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