‘Deixem o canal’: panamenhos protestam contra Trump em frente à embaixada dos EUA


Protesto no Panamá contra declaração de Trump
ARNULFO FRANCO / AFP
Uma centena de manifestantes se reuniu, nesta terça-feira (24), em frente à embaixada dos EUA no Panamá para repudiar a ameaça de Donald Trump de retomar o canal interoceânico se o preço dos pedágios para os navios americanos não for reduzido.
“Trump, seu animal, deixe o canal”, gritavam os manifestantes, que queimaram um retrato do republicano e da embaixadora dos EUA no Panamá, Mari Carmen Aponte.
“Quem vende o canal, vende sua mãe”, “fora gringo invasor” e “um território, uma bandeira” foram outros slogans entoados pelos manifestantes nos atos organizados pelo sindicato dos trabalhadores da construção civil e outros grupos de esquerda.
Eles também carregavam faixas com os dizeres “Donald Trump, inimigo público do Panamá”.
O Canal do Panamá, construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, passou para as mãos do país centro-americano em 31 de dezembro de 1999, de acordo com os tratados assinados em 1977 pelo então presidente dos EUA Jimmy Carter e pelo líder nacionalista panamenho Omar Torrijos.
“O Panamá é um território soberano, há um canal aqui e ele é panamenho. Donald Trump e seu delírio imperial não podem reivindicar um único centímetro de terra no Panamá”, declarou o líder do sindicato da construção, Saúl Méndez.
O protesto ocorreu sem incidentes em frente à embaixada, protegida por cerca de 20 policiais.
Protesto no Panamá contra declaração de Trump
ARNULFO FRANCO / AFP
Os manifestantes usaram um caminhão com amplificadores de som para transmitir seus slogans para a embaixada, localizada em Clayton, o antigo local de uma base militar dos EUA nos arredores da Cidade do Panamá.
“O povo (panamenho) mostrou que é capaz de recuperar seu território e não abriremos mão dele novamente”, disse o manifestante Jorge Guzmán à AFP.
Trump ameaçou no sábado retomar o controle do canal, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, se os pedágios para os navios dos EUA não forem reduzidos.
A tarifa paga pelos navios é determinada por sua capacidade e pelo tipo de carga que transportam, e não pelo país de origem.
Além disso, Trump acusou a China de estar por trás das operações dessa passagem, que é administrada pela Autoridade do Canal do Panamá, um órgão público e autônomo.
Se o Panamá não puder garantir uma “operação segura, eficiente e confiável” do canal, “então exigiremos que o Canal do Panamá nos seja devolvido por completo e sem questionamentos”, disse Trump.
Em resposta ao republicano, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, disse na terça-feira, em uma declaração assinada por três ex-líderes panamenhos, que “a soberania de nosso país e nosso canal não são negociáveis.
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