Conheça a Taperoá de Ariano Suassuna, cidade onde se passa a história de ‘O Auto da Compadecida’


Cidade acolheu família de Ariano Suassuna na infância dele, e até hoje se veste da obra do paraibano para receber turistas. Cidade de Taperoá, na Paraíba, é cenário da peça e filme o “Auto da Compadecida 2”
A cidade de Taperoá, no Cariri da Paraíba, é um dos berços da literatura nordestina. Foi lá que Ariano Suassuna, escritor e dramaturgo paraibano, viveu parte da infância e se inspirou para escrever diversas obras, incluindo o “O Auto da Compadecida”, que ganhou uma adaptação cinematográfica cuja continuação será lançada nesta quarta-feira (25) em cinemas de todo o Brasil.
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Casa onde Ariano Suassuna viveu foi transformada em museu
Pintura ilustra João Grilo e Chicó na entrada de Taperoá, Paraíba
Bruna Couto/g1
Taperoá fica a cerca de 240 quilômetros da capital paraibana João Pessoa. É possível encontrar várias referências ao município no texto original do Auto, como o Riacho do Cosme Pinto, que fica perto da entrada da cidade. É lá que o personagem Chicó conta um de seus mais emblemáticos causos.
“Nesse canto no Riacho do Cosme Pinto onde as paca atravessa. É tanta paca, tanta paca, que cruza por lá que a trilha delas fica marcada na água”, diz Chicó no filme “O Auto da Compadecida”.
Riacho do Cosme Pinto, em Taperoá, PB, foi referenciado no Auto da Compadecida
Bruna Couto/g1
Outra inspiração para Ariano é a Igreja de São Sebastião. Acredita-se que Ariano se inspirou nela para as cenas da peça que se passam em capelas, como o encontro com Nossa Senhora, interpretada no filme por Fernanda Montenegro.
Igreja de São Sebastião em Taperoá, PB, também inspirou Ariano Suassuna
Bruna Couto/g1
Figura imponente no Auto da Compadecida, Major Antônio Morais, também teve inspiração em locais de Taperoá. Quem visita a cidade avista de longe uma grande casa, que para Ariano era o lugar onde morava a aristocracia rural, representada, no filme, por Major Antônio Morais.
O sobrinho de Ariano, Manuel Dantas Vilar, conhecido como Dantinhas, explica que Ariano chegou a frequentar a casa na infância, quando ela ainda pertencia a parentes dele. Atualmente a propriedade é privada, mas pode ser avistada de longe.
Casa que inspirou Ariano Suassuna a criar o personagem Major Antônio Morais, em Taperoá, PB
Bruna Couto/g1
Além dos lugares que estão diretamente referenciados nas obras de Ariano, vários pontos de Taperoá possuem o alfabeto Armorial – movimento artístico criado por ele que mistura a cultura popular e erudita – e outros aspectos presentes no texto dele. Pontos comerciais, hotéis e vários outros estabelecimentos fazem uso desses aspectos para atrair visitantes.
Museu Casa Ariano Suassuna
Casa onde Ariano Suassuna morou na infância funciona como museu, em Taperoá, na Paraíba
Beto Silva/TV Paraíba
Recentemente o roteiro turístico “Caminhos de Ariano” foi lançado, com vários pontos de visitação em Taperoá e em outras cidades da Paraíba que tenham relação com a vida e obra do dramaturgo.
“Encontrar novas maneiras de valorizar a cultura do lugar, aos olhos dos turistas e das comunidades locais, significa criar um produto turístico rico de experiências singulares, que se torna um elemento cultural amplamente aceito”.
Entre os lugares inclusos no roteiro turístico está a casa onde Ariano Suassuna morou durante parte da infância, onde hoje funciona um museu. O lugar abriga várias memórias e uma parte importante da obra de Suassuna, como o livro raríssimo “Ferros do Cariri: Uma Heráudica Sertaneja” que guarda a história do alfabeto Armorial.
Livro “Ferros do Cariri: Uma Heráudica Sertaneja” está no Museu Casa Ariano Suassuna
Bruna Couto/g1
O lugar está passando por uma revitalização e em breve será reinaugurado.
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