As melhores e piores ações do ano; quais são as perspectivas para 2025

O ano de 2024 foi marcado por uma reviravolta nas expectativas do mercado financeiro brasileiro. Com a surpresa da mudança da meta fiscal pelo governo, o mercado se deparou com uma alta extensa do dólar, aceleração da inflação e aumento das taxas de juros.

De acordo com Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, o cenário prejudicou algumas ações brasileiras, com o Ibovespa (IBOV) caindo quase 7% e o índice de small caps registrando uma queda de cerca de 20%.

Apesar disso, em meio à turbulência, alguns setores se destacaram positivamente. A analista explicou que empresas com receitas atreladas ao dólar, como exportadoras de bens industriais, foram impulsionadas pela combinação de custos de insumos em queda e dólar em alta.

A WEG (WEGE3) e a Embraer (EMBR3) são exemplos desse movimento. Os papéis das empresas valorizaram 48,50% e 146,71%, respectivamente, nos últimos 12 meses.

Além disso, as exportadoras de soft commodities, como papel e celulose e agrícolas, também apresentaram bom desempenho devido à demanda resiliente e à receita dolarizada. As ações da Suzano (SUZB3), por exemplo, valorizaram 8,15% no período.

Por outro lado, empresas com custos dolarizados e receita em reais, como as companhias aéreas, sofreram grandes perdas. A Azul (AZUL4) despencou 79,21% neste ano, já a Gol (GOLL4) viu suas ações desvalorizarem 86,03%.

O que esperar o mercado em 2025

Apesar da piora nos fundamentos macroeconômicos do Brasil, Quaresma acredita que o mercado reagiu de forma exagerada, gerando assimetria nos preços. Para 2025, a expectativa é de um cenário desafiador, com juros altos e dólar forte.

No entanto, a analista explica que a bolsa brasileira se encontra em um ponto com preços atrativos, o que pode ser uma oportunidade para investidores que selecionarem bem suas ações.

“Esse é um excelente momento para você entrar na Bolsa, desde que você escolha bem as ações”, afirmou durante o Giro do Mercado nesta segunda (23). “É um cenário de dólar forte, não só pelo fiscal estressado, mas também por um dólar forte em ambiente global, em face da eleição de Donald Trump. Então, a gente precisa evitar empresas que não vão bem nesse cenário”.

Com isso, para o próximo ano, a recomendação é evitar empresas muito alavancadas, com custos em dólar e receita em reais. Em vez disso, a analista acredita que se deve priorizar empresas com balanços fortes, receitas atreladas ao dólar, líderes de mercado e demanda menos sensível ao PIB.

Setores como o elétrico, financeiro e papel e celulose são considerados interessantes para compor uma carteira equilibrada.

“Para os investidores que têm um apetite a risco maior, eu incluiria um pedacinho de empresas cíclicas, mas de altíssima qualidade, porque todas as cíclicas ficaram muito baratas”, recomendou a analista. 

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