Rede social X permanece como campo para as fake news

A rede social X (antigo Twitter) ficou suspensa no Brasil por 38 dias por descumprir a ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para indicar um representante legal no país e por não pagar multas por descumprimento de decisões judiciais. Após regularizar a situação em outubro, a plataforma voltar a operar.

Com isso, esperava-se maior atenção da rede do bilionário Elon Musk em cumprir as regras do Brasil e mais do que isso: ampliasse sua atenção quanto à moderação e divulgação de fake news.

Mas ao que tudo indica a situação não mudou. Ainda mais porque Musk, um dos principais propagadores de desinformação, retomou a carga de postagens superficiais e negacionistas sobre assuntos diversos de diferentes partes do mundo.

Como destaca o jornal O Globo, no Brasil a plataforma após a suspensão voltou a ser palco de situações criminosas. Na semana anterior, a rede foi invadida por notícias falsas atribuídas ao futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Estas fake news podem ter influenciado no aumento do preço do dólar e motivaram a Advocacia-Geral da União (AGU) a pedir uma investigação para a Polícia Federal (PF) apurar o caso.

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A reportagem ainda lembra de outros casos, como o da utilização de inteligência artificial para gerar uma imagem do presidente Lula com a cabeça enfaixada, assim como um de um pedido falso de certidão de óbito do hospital Sírio-Libanês para o presidente, e outro em que parlamentares bolsonaristas, senador Cleitinho (Republicanos-MG) e o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), utilizaram uma captura de tela falsa atribuída Felipe Neto, com comparações de preços entre os dois últimos governo federais.

O indicativo é de que a plataforma tem voltado a ocupar o espaço no debate político, ainda que parte seja baseada em notícias falsas. De acordo com a FGV Comunicação, entre 30 de julho e 30 de agosto (antes da suspensão do X), a média por dia de publicações políticas era de 616 mil. No mês após o retorno a média ficou em 482 mil. E de 8 de outubro até 11 de dezembro já estava em 593 mil – situação impulsionada pela operação que investiga a organização para matar autoridades e pela realização do G20.

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No entanto, como aponta o jornal, ainda que temas nacionais atraiam apoiadores e detratores, a direita mantém o predomínio da rede. Para Marco Aurelio Ruediger, diretor da FGV Comunicação, o X é reconhecido como o espaço para debater política. No entanto, por parte do centro e da esquerda o ímpeto em usar a rede arrefeceu pela vinculação da plataforma com a direita, ainda mais por ter como dono Musk, intimamente relacionado com Donald Trump.

*Informações O Globo.

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