O adeus ao Bal Masquê de Joseli Lacerda

Por Muciolo Ferreira*

Vinte e três anos de Bal Masquê e mais dezoito no Baile Municipal do Recife, organizando com maestria as duas principais e tradicionais prévias do Carnaval de salão do Recife, não é pra qualquer um. São muitos anos de serviços prestados.

Essa sempre foi a missão da socióloga Joseli Lacerda, que em 2025 estará exilada do mais antigo baile de máscaras do Carnaval brasileiro, iniciado em 1885, justamente no ano que completará 75 anos promovido pelo Clube Internacional do Recife.

A notícia publicada em primeira mão na coluna de Roberta Jungmann, na Folha de Pernambuco, pegou a todos de surpresa. Até porque o Bal Masquê sempre teve o DNA de Joseli no tocante à seleção criteriosa das melhores máscaras para participar no dia do baile, indicação de parte dos jurados, dos convidados e até da preparação dos camarins dos artistas que se apresentam na festa.

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A decisão de deixar o Bal Masquê foi pessoal, pois ela acha que cumpriu a missão. Perfeccionista com tudo que faz, Jô, como é carinhosamente tratada pelos amigos, atuou no Bal Masquê de 2001 a 2024, e no Baile Municipal do Recife, de 1982 a 2001. Vem de uma época em que esses bailes eram disputadíssimos e serviam de vitrines para políticos selar parcerias, ter mídia espontânea em todos os veículos de comunicação e se aproximar mais da classe empresarial e dos espaços de poder.

Se fosse contar tudo que viu e ouviu nos bastidores dessas prévias, Joseli Lacerda poderia até escrever um livro. Uma coisa é certa: o Bal Masquê pode ser dividido em duas etapas: antes e depois de Joseli Lacerda.

* Jornalista

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