Alta do dólar pode demandar revisão de preços em 2025, diz CEO do Kabum, após faturamento recorde

CEO do Kabum Julio Cesar Trajano (Divulgação)

CEO do Kabum Julio Cesar Trajano (Divulgação)

A alta do dólar pode demandar revisão da estratégia para 2025, disse o CEO do Kabum, Julio Cesar Trajano, ao Money Times.

Segundo ele, a companhia, cujas vendas de importados chegam a 60% do total, ainda não foi afetada pelo mais recente impulso da moeda, cotada acima dos R$ 6, porque começou a receber as mercadorias de fim de ano ainda em agosto.

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No entanto, depois de janeiro a empresa pode ter de repassar a flutuação do câmbio, segundo o executivo. O desafio, avalia, é encontrar um equilíbrio entre a manutenção do ritmo de crescimento da empresa e a oferta de preços competitivos para os consumidores.

Para isso, a empresa faz negociações antecipadas e tem se dedicado à análise do comportamento do consumidor, buscando entender como ele reagiria a um possível aumento de preços.

“O consumidor está disposto a pagar um pouco mais ou ele vai optar por um produto um pouco inferior para comprar no mesmo tíquete que ele já estava acostumado? Essa é a estratégia que precisamos acompanhar de perto”, ponderou o CEO.

Bom momento para o Kabum

O Kabum colhe o resultado de uma revisão na estratégia da empresa feita no final do ano passado, quando a companhia voltou a focar no seu negócio principal no varejo: tecnologia e game.

“Abrimos mão de algumas categorias, de alguns tipos de produtos que não eram muito do nosso core. O Kabum chegou a ter air fryer, batedeira, toda a linha de portáteis, ventilador, televisão, telefonia…”.

A mudança tem a ver com o contexto macroeconômico, mas também com a ligação com o Magazine Luiza, que comprou a empresa em 2021.

A integração com o Magalu, de acordo com Trajano, permitiu que a empresa otimizasse a logística e fortalecesse sua estrutura. Agora, a companhia aposta em categorias de produtos com alta demanda, como a plataforma “Monte seu PC”, consoles de videogame e aspiradores robôs de marca própria.

“Planejamos cuidadosamente nossas estratégias para minimizar os impactos de fatores como juros, inflação e dólar, sempre buscando oferecer benefícios ao consumidor, como descontos para pagamentos à vista”, disse o executivo.

O Kabum deve fechar 2024 com faturamento recorde, acima dos R$ 5 bilhões do ano passado, com destaque para o desempenho nos dois últimos meses do ano. “Tínhamos o desafio de crescer de 12% a 13% na Black Friday, e acabamos crescendo 17% no período”, disse.

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