MRV (MRVE3) avança 10%, enquanto CVC (CVCB3) recua 15% — veja o que foi destaque no Ibovespa na semana

O Ibovespa caiu mais de 2% em meio a incertezas sobre o cenário fiscal e percepção que os juros devem ficar elevados por mais tempo nos EUA (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Depois de uma semana marcada por fortes perdas, o Ibovespa (IBOV) entra em clima de reta final do ano com a tramitação do pacote fiscal já superada em Brasília.

Em uma força-tarefa, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que restringe o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e limita o aumento real do salário mínimo, além da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a redução das despesas obrigatórias do governo e um projeto de lei complementar com uma trava para a despesa pública.

Na última sexta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não vai interferir no trabalho de Gabriel Galípolo, que assume a presidência do Banco Central em janeiro com o fim do mandato de Roberto Campos Neto.

O Ibovespa (IBOV) fechou o pregão da semana aos 122.102,15 pontos. No acumulado das últimas cinco sessões, o índice perdeu 2,01%. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou a R$ 6,0721 (-0,84%). Na semana, a divisa avançou 0,68% ante o real.

Ao longo da semana, o Banco Central fez uma série de intervenções na tentativa de conter a disparada do dólar — que atingiu R$ 6,30 e renovou o recorde intradia histórico.

Desde 12 de dezembro, o BC injetou quase US$ 30 bilhões no mercado em leilões à vista e de linha (com compromisso de recompra). É a maior intervenção no câmbio em um único mês desde março de 2020 — auge da pandemia de Covid-19.

No exterior, o Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) cortou os juros em juros 25 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50% — como o esperado.

Mas o BC norte-americano reservou uma ‘surpresa’ de fim de ano: a previsão de apenas dois cortes, de 25 pontos-base cada, em 2025 — segundo o gráfico de pontos (dot plot). Isso representa 50 pontos-base a menos do que as autoridades previam em setembro.

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Confira a seguir as maiores altas e quedas do Ibovespa entre 9 a 13 de dezembro:

Na ponta positiva do Ibovespa, MRV (MRVE3) liderou os ganhos após anunciar uma nova estratégia para a Resia, sua subsidiária nos Estados Unidos.

O ‘novo’ plano tem o objetivo de simplificar operações, estrutura organizacional e financeira, além de acelerar a desalavancagem do grupo. O plano inclui a venda de sete projetos nos próximos dois anos e desmobilização de mais de 60% de banco de terrenos.

Confira as maiores altas do Ibovespa na semana:

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Maiores quedas do Ibovespa

Na ponta negativa, CVC (CVCB3) foi pressionada pela escalada da curva de juros brasileira e valorização do dólar, em meio a incertezas sobre o cenário fiscal no início da semana, e liderou as perdas do Ibovespa.

Em linhas gerais, um dólar mais forte e a alta na curva de juros, tendem a resultar em uma taxa de juros elevada por mais tempo — o que impacta o consumo das famílias. Sendo assim, há a redução da procura e da compra de pacotes de viagens e a reserva de hospedagens, principalmente no exterior.

No ano, as ações da companhia de turismo acumulam baixa de mais de 50%.

Confira as maiores quedas do Ibovespa na semana: